O lançamento do edital de concessão da Ferrovia Norte-Sul foi prorrogado mais uma vez. A expectativa, agora, é que aconteça no primeiro semestre de 2018. Um dos problemas pode estar nas projeções de demanda do estudo feito pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que estima uma movimentação de 17,1 milhões de toneladas por ano em 2025. A Terrafirma, consultoria especializada em infraestrutura de transportes, afirma que o valor está superestimado pelo governo e que 60% dos volumes previstos não vão se concretizar. Para o sócio Júlio Favarin, o erro está na aposta da migração das rodovias para as ferrovias de cargas de bens de consumo de alto valor agregado. Essa troca, porém, não é tão simples como prevê o governo. “A conta a ser feita vai desprezar as cargas gerais, de cimento e de carvão pela baixa aderência à ferrovia”, diz Favarin. “Estimamos o potencial entre 7 e 10 milhões de toneladas.” Se a ressalva do especialista estiver correta, a ANTT terá de revisar o valor da outorga, o que vai reduzir o valor dos investimentos que as concessionárias vencedoras terão de fazer.

Nota publicada na Edição 1050 da Revista Dinheiro com colaboração de:  Márcio Kroehn