Empresas devem servir a um propósito maior do que simplesmente gerar lucro para seus donos, pagar salários e impostos. Esse conceito ganha cada vez mais corações e mentes mundo afora. A conferência Sustainable Brands, que completou 10 anos na semana passada em San Diego, nos Estados Unidos, apresentou casos e mais casos sobre como os negócios que querem estar aqui no futuro têm se conectado com os interesses da sociedade.

Nos dias 21 e 22 de junho esta discussão também chega ao Brasil com a realização do Sustainable Brands Rio, no Armazém da Utopia, região portuária do Rio de Janeiro. Com o tema Activating Purpose, empresas do Brasil e do Exterior, grandes e pequenas, centenárias ou recém criadas, contam como fazem com que seus negócios impulsionem causas relevantes para a vida das pessoas.

A marca do tempo em que vivemos é um permanente questionamento sobre o significado do que fazemos, como indivíduos, trabalhadores e cidadãos. E a alta conectividade impulsiona essa exposição por meio da intensa discussão nas redes sociais. Está difícil ficar na moita, se isolar ou se omitir.

E há causas para todos os gostos e ambições. Desde acabar com o combustível fóssil (Tesla), promover a alimentação saudável e orgânica   (Morning Star Farmers) ou conectar as pessoas que se gostam (Jetblue) – para citar apenas alguns exemplos de empresas americanas, ditas como as mais pragmáticas e competitivas do mundo.

Afinal, fomos muito competentes até agora em construir uma sociedade cheia de problemas a resolver. Se temos hoje, ao mesmo tempo, crises econômica, social, ambiental e de governança, não se trata de um tremendo azar da humanidade. Trabalhamos para isso.

“Mas por que eu tenho que assumir para mim essa responsabilidade, se tantos outros nunca o fizeram?”, pergunta todo o cético? A resposta está na própria pergunta: porque a atitude individualista que prevaleceu em nossas sociedade e nos negócios está na base de todas essas mazelas que convivemos e agora cabe a todos inverter o modelo mental e atuar em favor de um bem comum, seja ele qual for.

“Bobagem, coisa de abraçadores de árvore, ingênuos, ativistas, hippies esquecidos no tempo”. Bem, boa sorte. Cada um responde por suas escolhas e isso tem acontecido cada vez mais rápido nesses dias. Mais pessoas pensam como eu: as empresas que querem longevidade e, portanto, dizerem-se sustentáveis serão aquelas que conseguirem conectar-se com as necessidades das pessoas, da sociedade em geral.

Empresas de vários setores, diferentes tamanhos e regiões têm procurado ajustar o foco de sua atuação de maneira a criar vínculos mais fortes e duradouros com seus públicos. No Sustainable Brands Rio 2016, Interface, EDP Brasil, Kimberly-Clark, Novozymes, SC Johnson, Fazenda da Toca, Malwee, Itaú, Pão de Açúcar, SulAmércia Seguros, entre outras, vão contar suas mais recentes evoluções. 

Elas têm em comum a percepção de que necessitam conectar a força de suas marcas e negócios aos interesses genuínos das pessoas e, assim, demonstrar que são relevantes e que merecem a confiança daqueles que se beneficiam de sua atuação.