A venezuelana Margareth Henriquez sabe bem o que é dirigir uma empresa que, apesar de atualmente pertencer a um enorme grupo de marcas de luxo, o LVMH, segue a filosofia de seu fundador. Presidente e CEO da Krug, a casa de champanhes fundada em 1843 por Joseph Krug, Margareth conta, em entrevistas, que Joseph Krug deixou escrito em seu caderno pessoal que sua maison deveria criar um champanhe mais rico e elegante a cada ano e ser absolutamente consistente em sua qualidade.

E é esta a imagem da Krug, maison adquirida pela LVMH em 1999, que Margareth trabalha para manter e ampliar. Um exemplo é a Grande Cuvée, o champanhe principal da vinícola, que representa mais de 80% de suas vendas. Elaborado com o blend de várias safras, como são os demais champanhes brut das maisons franceses, ele é posicionado como um produto ícone, pela sua qualidade. A linha da maison também é pequena, com destaques para os Clos de Mesnil e Clos d’Ambonnay, elaborados com uvas de vinhedos únicos. E para manter a tradição da Krug, ela trabalha em parceria com Olivier Krug, atualmente da sexta geração da família.

Formada em Harvard, Margareth começou a sua carreira no mundo do vinho em 1982. De 2001 ao início de 2008, ela trabalhou no grupo Moët Henessy na Argentina, em diversas funções, até ser convidada para assumir a Krug. No cargo, ela já recebeu o título de “Mulher do Ano”, da Drinks International, em 2013; e ocupou a 37ª posição entre as 200 pessoas mais influentes da indústria do vinho, pela Revue de Vin de France. Era a 10 mais influente mulher nesta relação.

As mulheres e o vinho

Durante todo o mês de março posto aqui as mais diversas histórias de mulheres no mundo do vinho. Em 2018 foram 23 textos de personalidades e épocas diferentes e em 2019 continuo a tradição. Adorei pesquisar e conhecer mais sobre estas pessoas e seus desafios. Confira, a seguir, quais foram estas mulheres.

2019

2018

– Dona Antónia Ferreira, a querida dona Ferreirinha, que tanto fez pela região do Douro e, por que não, por Portugal

– Barbe-Nicole Clicquot, mais conhecida como a Veuve Clicquot

– Jancis Robinson, a inglesa mais influente do mundo do vinho com o seu www.jancisrobinson.com

– Laura Catena, a argentina que investe nas pesquisas para conhecer e elaborar vinhos de qualidade, na vinícola Catena Zapata

– Lalou Bize-Leroy, a polêmica e competentíssima produtora da Borgonha

– Serena Sutcliffe e os leilões de vinho

– Maria Luz Marín, a chilena pioneira no vale de San Antonio, no Chile.

– Mônica Rossetti, brasileira que atualmente trabalha na Itália. Ela tem papel primordial na história da vinícola gaúcha Lidio Carraro

– Natasha Bozs, uma das primeiras enólogas negras da África do Sul, da Nederburg

– Elena Walch, a arquiteta que virou enóloga e hoje tem sua própria vinícola no Alto Adige

– Véronique Drouhin-Boss, a francesa da quarta geração da domaine Drouhi

– As associações de mulheres e vinhos já existem em 10 regiões francesas

– Lorenza Sebasti, proprietária da vinícola italiana Castello di Ama

– Fabiana Bracco, da Bracco Bosca, que tanto faz pelo vinho uruguaio que pode ser considerada a embaixadora do país

– A portuguesa Filipa Pato, dos vinhos da Bairrada

– Lis Cereja, a brasileira que mais e melhor levanta a bandeira do vinho natural no Brasil

– Féminalise, um concurso de vinhos francês que só tem juradas

– Albiera Antinori, a primeira mulher a dirigir a tradicional vinícola italiana

– Susana Balbo, a pioneira nos vinhos argentinos

– Cecília Torres, a primeira mulher nos vinhos chilenos com o Casa Real

– Ludivine Griveau, que dirige os vinhos do Hospice de Beaune, na Borgonha

– A dupla de amigas e enólogas portuguesas Sandra Tavares e Susana Esteban

– Patricia Atkinson, e a sua aventura de elaborar vinhos franceses