A busca por um ambiente de trabalho perfeitamente climatizado pode estar prejudicando a saúde e a produtividade dos funcionários. Nas últimas quatro décadas, a falta de janelas que abrem se tornou uma regra arquitetônica nos edifícios de escritórios. O objetivo disso é ganhar eficiência energética. Cientistas americanos, agora, querem descobrir que tipo de microbioma está presente nesses ambientes sem comunicação direta com o ar exterior. As pesquisas relacionadas ao tema são escassas. Mas a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos vai publicar, em janeiro, um amplo estudo resultante de um trabalho que reuniu acadêmicos, arquitetos e engenheiros. A expectativa é de que as conclusões não sejam positivas. Em médias, os americanos passam 90% do seu tempo em ambientes fechados. Em escritórios, existem milhões de micro-organismos. Somente 20% deles são trazidos da rua pelas pessoas. Ou seja, ao chegar para trabalhar, é como se o profissional mergulhasse em um mar de bactérias e outros organismos do gênero. Locais com ventilação natural costumam apresentar um maior equilíbrio entre elementos nocivos e não nocivos aos seres humanos. Prédios corporativos, no entanto, são verdadeiras fazendas de doenças. A grande presença de materiais sintéticos piora a situação. O prejuízo às empresas é grande. Segundo dados do governo americano, no inverno, o número de pessoas que faltam ao trabalho por doença supera os três milhões por mês. O prejuízo anual à economia chega a US$ 260 bilhões.

(Nota publicada na Edição 995 da Revista Dinheiro)