13/01/2017 - 0:00
O filme “O Dia Depois de Amanhã”, um blockbuster, lançado em 2004, que gerou mais de US$ 500 milhões em bilheteria, conta a história de uma supertempestade que congela boa parte do planeta. Mas, apesar dos avisos do cientista Jack Hall (Dennis Quaid), a ONU ignora os dados meteorológicos, o que poderia ter amenizado a catástrofe. Se é fato que a vida imita a arte, a humanidade deveria começar a se preocupar. Um estudo da universidade Yale aponta que a possibilidade de uma mudança abrupta nas correntes do Oceano Atlântico Meridional é “amplamente subestimada”, nas palavras de Wei Liu, pós-doutoranda do Departamento de Geologia da universidade e autora da pesquisa. Essa é, precisamente, a causa da supertempestade retratada no filme. Essa corrente, chamada de AMOC (Atlantic Meridional Overturning Circulation), é responsável por levar o calor oceânico do Sul para o Norte. Um colapso desse sistema poderia esfriar o Atlântico Norte, ampliando a influência do Oceano Ártico e empurrando para baixo a zona tropical. Na prática, boa parte do hemisfério Norte cairia em um inverno profundo. Uma forma de evitar a catástrofe é reduzir a emissão de carbono e o aquecimento global.
(Nota publicada na Edição 1001 da Revista Dinheiro)