04/11/2016 - 0:00
A Organização das Nações Unidas (ONU) surgiu, em 1945, nos escombros da Segunda Guerra Mundial, com diversos objetivos. Um dos principais era banir o uso de armas nucleares. As décadas se passaram e as bombas atômicas e de hidrogênio sobreviveram, e serviram para mostrar força durante a Guerra Fria. E também como instrumentos de dissuasão até mesmo em conflitos regionais, como as tensões entre Índia e Paquistão e entre as duas Coreias. Na segunda-feira 31, a ONU deu um passo determinante para atingir o objetivo de cumprir uma de suas missões originais. Em reunião do Primeiro Comitê da Assembleia Geral da ONU, 123 nações votaram em favor de uma resolução que dará início a negociações em 2017 para tornar ilegais as armas nucleares. Foram contrárias 38 nações, incluindo as potências nucleares EUA, Rússia, França e Reino Unido, e 16 se abstiveram. Haverá uma conferência em março do próximo ano para abrir as discussões. O Brasil foi um dos líderes dentre os 57 países que patrocinaram a proposta, participando da redação do texto. Os outros líderes foram a Áustria, Irlanda, México, Nigéria e África do Sul. A votação aconteceu horas depois de o Parlamento Europeu adotar uma resolução no assunto, vencida por 415 a 124, em favor da proibição. Existem no mundo 15 mil armas nucleares, espalhadas por nove países.
(Nota publicada na Edição 992 da Revista Dinheiro)