Em maio deste ano, um leilão de energia solar realizado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, estabeleceu o menor preço desse tipo de energia na história: US$ 30 por megawatt hora (MWh), praticamente a metade do obtido um ano antes em um pleito similar. Bom, pelo menos até aquele momento. Em agosto, o Chile conseguiu um preço melhor, US$ 29,10 por MWh, batendo o recorde do país árabe. Mas por pouco tempo. No mês seguinte, Abu Dhabi estabeleceu a marca de US$ 24,20. Essa disputa acirrada é um dos exemplos de uma tendência irreversível e que vem acelerando nos últimos anos: a transição global para uma matriz energética limpa. Segundo o Instituto de Economia e Análise Financeira de Energia (IEEFA), entidade de estudo do mercado de energia financiada por organizações filantrópicas, entre elas a Fundação Rockefeller, os dados atuais já permitem três conclusões sobre o setor. A primeira, é que essa transição está acelerando. A segunda é o fato de que esse ritmo está mais rápido do que o previsto. E a terceira, e mais importante, é que as empresas e os governos que apostarem em modelos sujos, especialmente o carvão, irão perder dinheiro. Confira no quadro as mudanças que estão iluminando essa transição positiva.

(Nota publicada na edição 993 da revista Dinheiro)