17/10/2014 - 0:00
Não foi fácil para o chef Alex Atala acertar o serviço de vinho do D.O.M. O restaurante paulistano, que está entre os melhores do mundo, sempre contou com bons profissionais, competentes, de serviço primoroso, mas o vinho só ganhou status à altura de gastronomia da casa com a chegada da sommelière Gabriela Monteleone, no início dos anos 2010. Gabi, como é conhecida, soube casar as sutilezas do vinho com a gastronomia criativa do chef.
Com personalidade, à frente do salão, Gabi parecia não ter medo de ousar, de propor harmonizações inusitadas e que realçavam não só o vinho como as criações de Atala, tão bem executadas por Geovane Carneiro e sua equipe. Raramente sugeria vinhos óbvios, gostava de surpreender com exemplares mais oxidativos, por exemplo.
Mas, há pouco menos de um mês, Gabi deixou o salão do D.O.M. A dificuldade de conciliar a criação de um filho pequeno com a rotina de horários pouco usuais de um restaurante, a levou a pedir para sair. “Sinceramente, a Gabi resistiu muito. Não esperava que ela ficasse tanto tempo, quase um ano, depois do nascimento do seu filho”, afirma um conformado Alex Atala.
A sommelière continua no restaurante, cuidando da seleção das bebidas, pensando em harmonizações possíveis. Mas quem assumiu o salão foi o jovem sommelier João Pichetti, que já trabalhava com ela. O desafio de Pichetti é grande.