A empresa israelense Celitron, fabricante de equipamentos médicos, venceu uma licitação, em 2014, para fornecer dois trituradores de lixo hospitalar, de última geração, ao Hospital Universitário de Londrina, administrado pela UEL, a universidade estadual da cidade. O valor registrado no edital era de R$ 1,15 milhão. Tudo ocorreu como planejado, o pagamento foi realizado e os equipamentos, que transformam resíduos infecciosos em lixo comum, chegaram ao hospital em 2016, prontos para serem instalados. A partir daí, começaram os problemas. Até hoje, a Celitron não conseguiu colocar os trituradores para funcionar, apesar de diversas tentativas. Segundo um representante da companhia, o hospital não obteve as licenças ambientais necessárias, por isso não realizou as obras para abrigar o equipamento.

 

Prejuízo de mercado

A situação de vender, receber, mas não conseguir colocar o equipamento para funcionar, está prejudicando os negócios da Celitron no Brasil. O triturador de lixo da UEL ajudaria a convencer outros hospitais a adotarem a tecnologia. A vantagem é que, por meio de um processo de esterilização e compactação, ele transforma lixo hospitalar em lixo comum, facilitando o descarte, evitando contaminações e reduzindo os custos. Trata-se de uma tecnologia de ponta, desenvolvida em Israel. A superintendente do hospital universitário, Elizabeth Silva Ursi, disse à DINHEIRO que está tudo pronto para iniciar a operação. Os funcionários, inclusive, já receberam treinamento. Falta, apenas, a licença ambiental, que deve ser concedida pelo Instituto Ambiental do Paraná nos próximos dias. “Fizemos uma reunião há dez dias”, disse Ursi. A Celitron, porém, afirma que, passados dois anos, será necessário fazer revisões nas máquinas. A cobertura da garantia, válida por 12 meses, venceu no ano passado.

(Nota publicada na Edição 1062 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Moacir Drska e Rodrigo Caetano)