O Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico) realizou reunião nesta segunda-feira, 27, para votação do projeto de empreendimento da Sisan, braço imobiliário do Grupo Silvio Santos, no terreno ao lado do Teatro Oficina.

Na audiência, o diretor do Teatro Oficina, Zé Celso, relembrou que a aprovação das torres residenciais, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) ignora o envoltório e os bens já tombados no Bixiga. “Não dá para esquecer a presença da Escola Primeiras Letras, o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), Casa de Dona Yayá, são reconhecidos como patrimônio. O terreno ao lado do Oficina é a ultima terra do Bixiga, e esse espaço não pode perder para mais prédios.”

O advogado da Sisan, Francisco Ribeiro Gago, afirmou que o motivo da audiência seria o de apresentar a aprovação das novas plantas apresentadas anteriormente ao Iphan. “O novo projeto prevê menor interferência ao teatro Oficina, diante da proteção no tombamento do Iphan. O janelão e as atividades teatrais serão prejudicadas.”

O advogado do Oficina afirmou que já apresentou recurso ao Iphan para revisão do projeto da Sisan. “Há uma decisão pendente a respeito do tema, que precisa receber nova decisão”, disse Marcio Sotelo.

Em seguida, a conselheira Sarah Feldman, do Instituto de Arquitetos do Brasil, questionou o parecer do projeto da Sisan reiterando a importância história e cultural do entorno, que inclui diversos bens tombados no bairro e que merece preservação. “O Condephaat foi o primeiro órgão a tombar o Oficina, numa decisão pioneira, diluindo as fronteiras entre a materialidade e as práticas sociais. O projeto apresentado desconsidera a relação dos demais imóveis, também reconhecidos por sua importância.” Sarah pediu vistas para rever o parecer e tem um prazo de 15 dias para apresentar uma resposta.