16/10/2018 - 13:14
O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, disse na manhã desta terça-feira, 16, que espera que o candidato do PSL à presidência, Jair Bolsonaro, não adote uma política externa que mexa nas relações Brasil-China. A China é o maior cliente da Vale, destino de mais de 60% do minério de ferro vendido pela companhia. Bolsonaro, porém, questionou o apetite da potência asiática por ativos brasileiros no setor elétrico.
“Para a Vale, a preocupação é muito pequena tendo em vista nossa mútua dependência (China e Vale). Mas não é bom para ninguém. Disputas não trazem benefício e, se não é bom para ninguém, não é bom para a Vale”, afirmou Fabio Schvartsman, após participar do FT Commodities Summit 2018, no Rio de Janeiro.
Para o presidente da Vale, o setor de mineração precisa ser mais conhecido pela sociedade brasileira para que os futuros governos deem maior atenção a seus pleitos. “O ponto que perdemos nos últimos anos foi a oportunidade de mostrar para a sociedade o quanto a atividade de mineração é criadora de valor.
Além dos interesses comerciais com a China, a empresa depende de decisões importantes tanto em nível federal quanto estadual.
No momento, negocia com a União a renovação antecipada das concessões da Estrada de Ferro de Carajás, entre o Pará e o Maranhão, e da Ferrovia Minas-Espírito Santo. Os governos do Pará e do Espírito Santo questionaram os termos da renovação. A empresa também depende de licenças para retomar as operações da Samarco, em Minas Gerais.
Para o presidente da Vale, existe um desejo de mudança no país, que poderá levar a vitória de Bolsonaro. Ele garante, porém, ter expectativas positivas qualquer que seja o presidente. “Não é diferente com Bolsonaro. Estava na hora de uma mudança. Brasil quis mudar e mudança levará a alguma coisa melhor”, afirmou.