30/05/2019 - 14:17
O consumo das famílias está crescendo, mas em ritmo menor do que em anos anteriores, apontou Claudia Dionisio, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta foi de 0,3% no primeiro trimestre de 2019 ante o quarto trimestre de 2018, o que ajudou a evitar um recuo maior do que o registrado (-0,2%) pelo Produto Interno Bruto (PIB) do período.
“O consumo das famílias está crescendo, mas o patamar da taxa de crescimento que está hoje ainda é menor que de anos atrás”, ressaltou Claudia.
Segundo ela, alguns fatores que impactam o consumo das famílias são a inflação atual em patamar superior ao de 2018, os indicadores de renda ainda não favoráveis e os índices de confiança de consumidores em níveis baixos.
Comparação interanual
Embora tenha desacelerado, o consumo das famílias sustentou a alta do PIB no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2018. A alta de 1,3% foi a oitava seguida, afirmou a gerente da Coordenadoria de Contas Nacionais do IBGE. “Quem está puxando o PIB para cima é o consumo das famílias”, afirmou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
Para sustentar a avaliação, Rebeca citou o desempenho do PIB de serviços, que avançou 1,2% no primeiro trimestre ante igual período de 2018.
O IBGE destacou que as atividades sensíveis à demanda das famílias, como informação e comunicação (3,8%) e atividades imobiliárias (3,0%) ficaram no positivo, sempre na comparação com o primeiro trimestre de 2018. Já os serviços ligados à demanda empresarial, especialmente da indústria, como transportes e armazenamento (0,2%), tiveram desempenho pior.
Ainda na ótica da demanda, o desempenho ruim da formação bruta de capital fixo (FBCF) mostra que a sustentação para o crescimento na comparação com um ano atrás veio mesmo do consumo das famílias. A alta de 0,9% na FBCF, na comparação com os três primeiros meses de 2018, ficou bem abaixo dos 3,0% registrados no quarto trimestre de 2018 ante um ano antes.
Segundo Claudia, o desempenho da FBCF ainda foi impactado positivamente pela importação de plataformas de petróleo, após mudanças nas regras do Repetro, regime de incentivo tributário para o setor de petróleo e gás. Ainda assim, esse efeito foi “muito menor” do que no segundo semestre do ano passado.
“Neste primeiro trimestre, até teve um pouco, mas o efeito foi muito menor”, disse Claudia.
Pico
Na margem, a nova queda na FBCF no primeiro trimestre de 2019 aprofundou a distância a ser percorrida para que os investimentos na economia retornem ao ápice alcançado no segundo trimestre de 2013. A FBCF caiu 1,7% na passagem do quarto trimestre de 2018 para o primeiro trimestre de 2019, segundo o IBGE. Com o mau desempenho do primeiro trimestre, a FBCF está 29% abaixo do pico alcançado em 2013.