Reuters. O ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse neste sábado (27) que o país vai continuar taxando as receitas de grandes empresas de tecnologia e pediu aos Estados Unidos que não incluam outras tarifas no debate. Le Maire estava respondendo à ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar os vinhos franceses em retaliação ao imposto sobre serviços digitais da França. “É do nosso interesse ter um imposto digital justo”, disse Le Maire. “Por favor, não misture os dois problemas. A questão chave agora é como podemos obter consenso sobre a tributação justa das atividades digitais.”

Há duas semanas, o Senado francês aprovou o imposto de 3% que será aplicado às receitas de serviços digitais que superem 25 milhões de euros feitas na França e 750 milhões de euros em todo o mundo. Outros países da União Europeia, incluindo Áustria, Espanha, Itália e mesmo Reino Unido também anunciaram planos para seus próprios impostos digitais. Trump criticou a “tolice” de Macron por pressionar pelo imposto francês e advertiu que seu governo anunciaria “uma ação recíproca substancial”.

“Eles não deveriam ter feito isso”, disse Trump a repórteres na sexta-feira. “Eu disse a eles, eu disse: ‘Não faça isso porque se você fizer isso, eu vou taxar seu vinho’”. Le Maire reiterou a garantia de Macron de que a França retiraria seu imposto digital nacional se houvesse um acordo sobre um imposto universal no nível da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Ele acrescentou que a França quer que os líderes do grupo G7 concordem com o princípio da tributação universal das atividades digitais na cúpula do mês que vem, em Biarritz.