23/01/2020 - 18:58
Depois de uma primeira metade da sessão dessa quinta-feira (23/01) em baixa por causa do temor de uma possível epidemia de coronavírus na China, o Ibovespa – índice das ações mais negociadas na bolsa de valores de São Paulo – virou para o positivo, subiu 0,96% e encerrou aos 119.527 pontos às 18 horas e 15 minutos. É o mais novo de recorde de fechamento, desde os 118.862 pontos registrados em 20 de janeiro último.
No fechamento regular (18 horas e 15 minutos), a valorização tinha sido puxada pela alta dos papéis: Braskem PNA (+ 6,82%) e Gol Linhas Aéreas PN (+ 5,16%), sendo essa última companhia também beneficiada pela baixa do dólar (-0,21% a R$ 4,1668) que faz reduzir os custos dos combustíveis para aviação. O novo recorde do Ibovespa também foi influenciado por uma leve recuperação das ações dos grandes bancos: Banco do Brasil ON (+ 5,25%), Bradesco PN (+ 2,79%) e Itaú Unibanco PN (+ 2,23%). Desde o início do ano, os papéis das principais instituições financeiras são impactados pela saída de investidores estrangeiros das ações mais negociadas no mercado à vista. Ou seja, na prática, a leve recuperação nessa q uinta-fe ira representa apenas uma correção nos preços dessas ações, que estavam com desconto.
No ambiente doméstico, um dos assuntos mais comentados por economistas de bancos e analistas de corretoras foi a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo de janeiro. O IPCA-15 desacelerou para 0,71%, depois de 1,05% em dezembro. “Nós projetamos alta de 0,29% no IPCA de janeiro e 0,22% em fevereiro”, relatou Julia Passabom, da equipe de economistas do Itaú. A inflação mais controlada mesmo depois do choque de preços da carne bovina no final do ano passado pode abrir espaço para um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) a ser realizada em 5 de fevereiro. A taxa Selic está em 4,50% ao ano. O ambiente de juros mais baixos na renda fixa fav orece a busca de investidores por ativos de maior risco, sinal positivo para renda variável (ações) na bolsa brasileira.