Os anúncios sobre a alta eficácia de várias vacinas contra a covid-19 em testes despertam esperanças, enquanto países como França e Reino Unido se preparam para suspender as restrições e planejar a pós-pandemia, após uma redução dos contágios depois de semanas de confinamentos na Europa.

Em um discurso transmitido pela televisão, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que os estabelecimentos comerciais não essenciais poderão reabrir a partir de sábado e que o governo avalia suspender o ‘lockdown’ adotado há quase um mês a partir de 15 de dezembro.

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“Poderemos voltar a nos deslocar sem precisar de uma autorização, inclusive entre regiões, e passar o Natal e família”, disse Macron, que esclareceu que serão mantidas várias restrições para evitar uma terceira onda de contágios.

Bares e restaurantes permanecerão fechados até janeiro e, após o fim do confinamento, será imposto um toque de recolher noturno, em vigor entre as 21h e as 07h, com exceção das noites de 24 e 31 de dezembro.

No Reino Unido, as autoridades também anunciaram que as restrições a encontros sociais e viagens poderiam ser flexibilizadas no Natal, com reuniões permitidas de até três famílias no período das festas de fim de ano.

– A vacina russa –

A esperança de acabar com a pandemia ganhou novo impulso nesta terça, depois que o centro de pesquisas Gamaleya, de Moscou, anunciou que sua vacina contra a covid-19, a Sputnik V, tem eficácia de 95%.

Tratam-se de resultados preliminares obtidos com voluntários 42 dias depois da injeção da primeira dose, segundo um comunicado conjunto deste instituto e de autoridades russas.

 

Eles não especificaram, no entanto, o número de casos nos quais se basearam para chegar aos 95%.

Várias vacinas contra o coronavírus têm sido testadas em ensaios clínicos ou se encontram agora nesta etapa de seu desenvolvimento.

A farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford anunciaram na segunda-feira que sua vacina têm eficácia média de 70% depois de testá-la em 23.000 pessoas.

Dias atrás, outras duas vacinas, um projeto conjunto da americana Pfizer e a alemã BioNTech e outra da americana Moderna anunciaram eficácia de mais de 90%.

Diferentemente destas três vacinas, com a russa há dúvidas sobre os testes clínicos feitos e alguns cientistas expressaram sua inquietação, advertindo que queimar etapas rápido demais pode ser perigoso.

As esperanças postas nas vacinas contra a covid-19 deram um respiro aos cidadãos cansados do coronavírus em todo o mundo e impulsionaram as bolsas mundiais.

Em Nova York, o principal índice, o Dow Jones, superou nesta terça pela primeira vez os 30.000 pontos.

– À espera das vacinas –

 

O mundo está mergulhado em uma pandemia sem precedentes, que afundou as economias e infectou 59,5 milhões de pessoas, das quais mais de 1,4 milhão morreram.

Em Bruxelas, a União Europeia anunciou que assinará nesta quarta-feira um contrato com o laboratório Moderna para assegurar 160 milhões de doses de sua vacina contra a covid-19.

Em seu discurso, Macron se mostrou otimista sobre a possibilidade de obter as primeiras vacinas no fim de dezembro ou no começo de janeiro.

O governo da Espanha, um dos países mais castigados pela pandemia, também anunciou que poderá começar a vacinação em janeiro e que funcionários de residências para idosos terão prioridade, assim como os trabalhadores de saúde.

No México, o governo disse que poderá receber em dezembro as primeiras doses da vacina da Pfizer e da BioNTech, se os processos para sua aprovação forem aprovados nos prazos previstos.

Mas, embora as vacinas saiam em breve, qualquer retorno à normalidade ainda parece distante.

A companhia aérea australiana Qantas anunciou que os viajantes internacionais terão que se vacinar contra a covid-19 para poder embarcar em suas aeronaves.

O diretor-executivo da Qantas, Alan Joyce, previu que esta norma provavelmente vá se generalizar em todo o mundo à medida que governos e companhias aéreas estudam a introdução de passaportes eletrônicos de vacinação.

– Medo pelo Dia de Ação de Graças –

 

Os Estados Unidos, de longe o país mais afetado do mundo pela pandemia, celebra o Dia de Ação de Graças na próxima quinta e muitos americanos planejam passar o feriado em família, apesar do risco de agravar os contágios.

Quase 259.260 pessoas morreram em todo o país e o número de casos superam os 12,5 milhões, segundo a Universidade Johns Hopkins.

Pela primeira vez, a agência de proteção de saúde pediu aos americanos que não viajem durante o feriado, quando as famílias costumam se reunir em volta da mesa para comer peru com batata doce e molho de mirtilo.

O fim de semana passado foi o mais ativo desde o início da pandemia, com mais de três milhões de pessoas nos aeroportos do país, segundo a administração de segurança nos transportes.

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