A Suíça se tornou neste sábado (19) o primeiro país da Europa continental a aprovar a vacina da Pfizer/BioNTech, depois que Estados Unidos aprovou a da Moderna, enquanto vários países, como Itália, tomam medidas drásticas para as festas natalinas.

Com a aprovação suíça, mais de 15 países no mundo já aprovaram a distribuição da vacina, entre eles Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, México, Costa Rica, Equador, Arábia Saudita e Singapura. Na União Europeia (UE), a vacinação começará em 27 de dezembro, segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

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A Agência Europeia de Medicamentos examinará na segunda-feira a vacina da Pfizer/BioNTech, que deve ser autorizada dois dias depois pela Comissão. A análise da vacina da Moderna acontecerá em 6 de janeiro, uma semana antes do previsto.

Estados Unidos, com mais de 310.000 mortes por covid-19 e onde se registram mais de 2.500 mortes por dia, se tornou na sexta-feira a primeira nação a autorizar a administração de duas doses da Moderna, a segunda vacina a ser implementada em um país ocidental, depois da desenvolvida pela Pfizer/BioNTech.

Milhões de doses começarão a ser enviadas a partir deste fim de semana.

Os países depositam suas esperanças nas vacinas para deter uma pandemia que já matou ao menos 1,67 milhão de pessoas e infectou mais de 75,6 milhões em todo o mundo, segundo o balanço da AFP com base em dados oficiais.

– Dois convidados por Natal –

Antes que as campanhas de vacinação comecem a dar frutos, vários países voltam a impor mais restrições para tentar conter a propagação do vírus, principalmente no Natal e Ano Novo.

Na Europa, a região do mundo mais afetada pela pandemia, com mais de 510.000 mortes, a Itália anunciou na sexta-feira novas medidas nesta época de festas, incluindo o fechamento de bares e restaurantes e muitas lojas, e a proibição de viagens entre regiões. Será permitida apenas uma saída ao ar livre diária por casa.

Entre 21 de dezembro e 6 de janeiro, os italianos poderão convidar apenas duas pessoas por casa, familiares ou amigos, acompanhados por seus filhos se forem menores de 14 anos.

Outras regiões do mundo começaram a aplicar novas medidas neste sábado.

No México, a prefeita da capital anunciou que sua cidade e o estado vizinho, onde vivem cerca de 23 milhões de pessoas, suspenderão quase todas as atividades a partir deste fim de semana, permitindo funcionar apenas setores essenciais como a alimentação, energia, transporte, manufatura e os serviços financeiros.

México, que já soma mais de 117.000 mortes e 1,3 milhão de casos, está entre os cinco países mais afetados do mundo pela covid-19.

Panamá, por sua vez, vai implementar uma quarentena total para Natal e Ano Novo e decidiu limitar o acesso aos supermercados.

No Brasil, segundo país com mais mortes (mais de 185.000) atrás apenas dos Estados Unidos e cujo número diário de mortes continua muito alto, o presidente Jair Bolsonaro zombou dos possíveis efeitos colaterais da vacina da Pfizer.

“No documento da Pfizer está muito claro: ‘não somos responsáveis por nenhum efeito colateral’. Se você virar um jacaré, é problema seu”, disse.

– Vacinações públicas –

Nos Estados Unidos, altos funcionários foram vacinados na sexta-feira, incluindo o vice-presidente Mike Pence, cuja vacinação pública tenta persuadir os céticos das vacinas a se juntar a ele.

Na França, o presidente Emmanuel Macron, o último dos grandes líderes a contrair o coronavírus, se encontrava “estável” e “continua apresentando os mesmos sintomas da doença (cansaço, tosse, dores musculares), que não o impedem de cumprir com suas funções”, segundo um comunicado da Presidência neste sábado.

Enquanto isso, o vírus continua se propagando.

Especialistas do Reino Unido que haviam identificado uma nova variante da covid-19 alertaram que essa nova variante, detectada no sul do país, está se disseminando muito rapidamente, embora não pareça provocar maior mortalidade ou prejudicar o efeito das vacinas.

A Índia superou os 10 milhões de casos neste sábado, o que a torna o segundo país com mais infectados no mundo, atrás dos Estados Unidos, embora a propagação tenha desacelerado nas últimas semanas.

As nações mais pobres também receberam notícias animadoras: a Organização Mundial da Saúde (OMS) e seus sócios afirmaram que as vacinas serão distribuidas no início do próximo ano em 190 países.

“A luz no fim do túnel ficou um pouco mais brilhante”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

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