Um estudo feito pela Volvo apontou que carros elétricos podem emitir 70% mais carbono do que carros comuns movidos a combustão. Para chegar ao número, a montadora sueca comparou os modelos C40 elétrico e o XC40 tradicional em um cenário de recarga com formas convencionais de energia e outro com fontes limpas.

A Volvo pretende comercializar somente carros elétricos até 2030 e resolveu entender o caminho que deverá trilhar para conseguir alcançar a medida nos próximo 9 anos. Para a metodologia utilizada na pesquisa, a montadora levou em conta todo o ciclo de vida de um carro, desde a mineração da matéria-prima, transporte, quantidade de carbono emitida, descarte do lixo produzido e ciclo de vida de um veículo após 200 mil quilômetros rodados.

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De acordo com o levantamento, quando um C40 é recarregado com fontes de energias limpas, a pegada de gás carbônico do ciclo de vida fica em aproximadamente 27 toneladas de CO², enquanto um XC40 move 59 toneladas de CO².

Em cenários em que o C40 é recarregado com a matriz energética global média (cerca de 60% de combustíveis fósseis) a pegada de carbono aumenta para até 50 toneladas e praticamente aniquila todos os benefícios ambientais de um carro elétrico.

Carros elétricos compensando carbono

Na Alemanha, por exemplo, cerca de 27% da eletricidade é produzida de forma eólica, enquanto no Reino Unido, 42% da produção é obtida pela queima de gás natural. Pensando nessas diferenças da realidade europeia, a Volvo montou para o estudo um cenário “universal”, com metade da energia gerada de forma renovável – eólica, solar, geotérmica – e outra de forma convencional – hidrelétrica, carvão e nuclear.

Os carros elétricos “zeram” as emissões a partir dos 109 mil kms rodados. Após ultrapassar essa marca, eles compensam as emissões de todo o processo produtivo e o elétrico deixa de ser 70% mais poluente e 15% mais sustentável do que modelos convencionais.

A montadora ainda apontou que se um veículo for abastecido somente com energia limpa, a sustentabilidade do carro chega a 30%. Neste cenário, o elétrico já compensa a emissão de gases tóxicos com somente 48 mil kms rodados.

“Precisamos que governos e empresas de energia em todo o mundo aumentem seus investimentos em capacidade de energia limpa e infraestrutura de carregamento relacionada, para que carros totalmente elétricos possam cumprir sua promessa de mobilidade mais limpa”, disse em nota Håkan Samuelsson, executivo-chefe da Volvo.

Ele disse que a empresa mantém seu objetivo de se tornar uma montadora de carros totalmente elétricos, mas essa transição precisa ser feita com o apoio de outros agentes para gerar impactos consideráveis no meio ambiente.

Mais detalhes sobre o estudo podem ser encontrados clicando aqui.