31/03/2022 - 12:37
Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) – O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, reafirmou em carta nesta quinta-feira que o governador de São Paulo, João Doria, tem o apoio da legenda para concorrer ao Palácio do Planalto em outubro, em meio a relatos publicados na imprensa de que o tucano poderia desistir da disputa presidencial.
“Venho, por meio desta, reafirmar que o candidato a presidente da República pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) é o governador do Estado de São Paulo, João Doria, escolhido democraticamente em prévias nacionais realizadas em novembro de 2021”, disse.
“As prévias serão respeitadas pelo partido. O governador tem a legenda para disputar a presidência da República. E não há, nem haverá qualquer contestação à legitimidade da sua candidatura pelo partido”, completou.
Araújo disse que o partido é “consciente de seu protagonismo em contribuir com o fim da polarização hoje existente no país”.
A carta foi divulgada após os jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo dizerem mais cedo nesta quinta-feira que Doria teria avisado aliados e assessores que não pretende mais deixar o cargo de governador para concorrer à Presidência.
Segundo a Folha, a decisão de Doria abriu uma crise no PSDB. O vice-governador de SP, Rodrigo Garcia, pretendia disputar o cargo de governador na eleição de outubro já ocupando a cadeira com a saída de Doria para disputar a Presidência.
De acordo com o Estadão, Doria deve fazer o anúncio oficial durante evento com prefeitos no Palácio dos Bandeirantes, a sede do governo paulista, às 16h. As demais agendas do dia foram canceladas.
O Estadão acrescentou que Doria também deve anunciar a saída do PSDB. Sem ele, o partido pode disputar a Presidência com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que havia perdido para Doria em uma disputa prévia da legenda.
Doria tem aparecido com resultado fraco nas pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto. O governador teve apenas 2 pontos em levantamento do instituto Datafolha neste mês, enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera com 43% e o presidente Jair Bolsonaro (PL) soma 26%. Ainda apareceram à frente do governador os ex-ministros Sergio Moro (Podemos), com 8%, e Ciro Gomes (PDT), com 6%.
Procurado pela Folha, Doria não respondeu mensagens enviadas, disse o jornal. O governo paulista não respondeu de imediato a um pedido de comentário da Reuters sobre a decisão do governador.