23/08/2022 - 20:46
O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta terça-feira, 23, “não ter medo” de dívida do governo. Em encontro com empresários da construção civil, o petista avaliou que o Estado precisa ter capacidade de endividamento. A declaração vem em meio à bomba fiscal projetada para 2023 e à desconfiança de setores do mercado com a responsabilidade fiscal de Lula.
“Eu não tenho medo de dívida do governo. Dívida do governo é ruim quando é feita para ficar pagando custeio. Mas dívida para construir ativo novo, uma coisa que vá dar recebíveis a esse país, é importante que a gente tenha capacidade até de fazer endividamento”, afirmou o petista.
O evento com empresários foi organizado pelo coordenador do Grupo Prerrogativas, Marco Aurélio Carvalho, em um hotel na zona sul de São Paulo, o mesmo onde Lula faz suas reuniões com aliados e passou sua lua de mel após se casar com a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, em abril.
Em aceno aos empresários, Lula ainda afirmou que “dinheiro bom é dinheiro em obra”. “Tem gente que fala: a prefeitura tem R$ 5 bilhões em caixa. O governo tem R$ 10 bilhões. dinheiro em caixa não é bom. Dinheiro bom é dinheiro em obra, em investimento. Dinheiro rendendo trabalho, salário e desenvolvimento”, declarou.
O candidato voltou a defender que o governo precisa garantir três coisas para manter uma boa relação com a sociedade: credibilidade, previsibilidade e estabilidade. “São três palavras mágicas. Mas economia não tem mágica, é resultado da seriedade que se impõe nas diretrizes do governo”, afirmou. “Única coisa que faz com que governo dê certo é a seriedade com qual governo trata seus compromissos”, seguiu.
Para Lula, ele não precisa “fazer promessas” ao empresariado brasileiro. “Vocês sabem porque já tiveram oito anos de experiência comigo”, afirmou, após defender a necessidade de segurança jurídica no País para atrair investidores. “Se não tiver retorno, ninguém vai investir.”
Sem responder a perguntas de jornalistas, o petista fez o pronunciamento ao lado de lideranças do ramo imobiliário e de seu candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB). Em seguida, partiu para um encontro a portas fechadas com 50 empresários.