Por Jibran Ahmad e Mohammad Yunus Yawar

PESHAWAR/KABUL (Reuters) – Dezenas de milhares de pessoas fugiram de suas casas no norte do Paquistão neste sábado, após a rápida elevação das águas de um rio destruir uma ponte importante, no momento em que enchentes letais causam devastação em todo o país.

Enchentes na província de Khyber Pakhtunkhwa, no norte, fizeram o rio Kabul transbordar, varrendo uma grande ponte ao longo da noite e cortando o acesso às estradas de alguns distritos.

A jusante, o medo de enchentes em torno das margens do rio levou cerca de 180.000 pessoas no distrito de Charsadda a fugirem de suas casas, segundo autoridades. Algumas delas passaram a noite nas estradas ao lado de seus gados.

Chuvas históricas de monção e enchentes no Paquistão afetaram mais de 30 milhões de pessoas nas últimas semanas, disse o ministro de mudanças climáticas do país, chamando a situação de “desastre humanitário de proporções épicas induzido pelo clima”.

O Exército se juntou às autoridades nacionais e regionais do país em resposta às enchentes e o líder militar do Paquistão visitou neste sábado a província de Balochistan, no sul, que foi muito atingida pelas chuvas.

“O povo do Paquistão é nossa prioridade e não pouparemos esforços para ajudá-los neste momento difícil”, disse o líder do exército, general Qamar Javed Bajwa.

Líderes paquistaneses apelaram à comunidade internacional por ajuda e planejam lançar um fundo de ajuda internacional. O ministério de Relações Exteriores disse que a Turquia enviou uma equipe para auxiliar nas operações de resgate.

“A magnitude da calamidade é maior do que o estimado”, disse o primeiro ministro Shehbaz Sharif, em um tuíte, após visitar as áreas das enchentes.

No país vizinho Afeganistão, a administração do Talibã também pediu ajuda após enchentes em cidades centrais e no leste.

A contagem de mortes devido às enchentes este mês no Afeganistão subiu para 192, disseram autoridades. Milhares de cabeças de gado morreram, e 1,7 milhão de árvores frutíferas, destruídas, aumentando preocupação sobre como as famílias vão se alimentar prestes a enfrentarem os meses mais frios e no momento em que o país lida com uma crise econômica.

“Pedimos que organizações humanitárias, a comunidade internacional e outras organizações e fundações relacionadas nos ajudem”, disse Sharafudden Muslim, vice-diretor do ministério de Desastre do Afeganistão, a jornalistas, acrescentando que mais de um milhão de famílias precisam de assistência.