A venda de empresas do agronegócio brasileiro pode se tornar muito mais lucrativa se for realizada no momento certo, ou seja, quando existe a melhor chance de valorização. Diferentemente do que costuma acontecer, com a oferta da companhia quando está em seu pior momento. A Hand M&A, especializada em venda e gestão de empresas, quer comprovar a possibilidade de inverter esse fluxo de aquisições. Por isso realizou um mapeamento das oportunidades entre quem está em uma fase positiva para ir à venda e quem tem potencial para fazer a aquisição.

Esse levantamento indicou 333 empresas familiares brasileiras do setor rural, em diversos segmentos, com potencial para serem negociadas. E, do outro lado, identificou 1.641 possíveis investidores para essas companhias em 60 países. A partir de um aprofundamento nesse estudo, a Hand passa a fazer uma aproximação entre as duas pontas, mas de forma bem direcionada. “Não oferecemos os negócios para todos os investidores, buscamos os que têm mais identificação com cada oportunidade”, afirmou o sócio da Hand, José Venâncio.

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Esse trabalho vem sendo feito desde fevereiro de 2022, quando a empresa contratou o conselheiro Thomas Britze, que trabalhou 25 anos na Bayer e participou do processo de aquisição da Monsanto. Por conta de sua experiência nesse segmento, e da facilidade para lidar com empresários do setor, se tornou uma espécie de “olheiro” das oportunidades de negócio e o responsável por iniciar essa conversa. Essa mesma bagagem o ajuda a definir quando não é o momento para propor o negócio. “Às vezes encontramos uma empresa com potencial para ser vendida, mas já está com toda a parte de sucessão bem resolvida e com planos de expansão”, disse. No entanto, o especialista vê muitas possibilidades de transações no segmento, seja pelos planos de expansão das empresas, seja pelo interesse de proprietários em mudar de vida e ter mais tranquilidade.

Segundo o sócio da Hand, essas negociações estão por acontecer, pois ainda passam pela fase de apresentação das informações aos investidores, que a partir daí elaboram uma proposta de compra a ser apresentada. “Para ser bem feito, o processo de compra leva tempo. São cerca de três meses só para auditar a empresa a ser vendida”, afirmou. Mas a perspectiva é de que esse mercado fique aquecido. “Quanto mais bons negócios vão acontecendo, mais podem ser realizados.”