25/07/2023 - 10:17
Em meio ao arrefecimento das tensões bancárias, o Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou a previsão para o crescimento econômico do planeta este ano, conforme atualização do relatório de Perspectivas da Economia Mundial, divulgada nesta terça-feira, 25. A instituição, no entanto, alerta para “desafios persistentes” no cenário, diante do compromisso de bancos centrais na luta contra a inflação.
+ Para FMI, dados de atividade do Brasil têm surpreendido para cima
O FMI elevou a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2023, de 2,8% a 3,0%, o que representaria uma desaceleração após o avanço de 3,5% em 2022. Para 2024, a estimativa se manteve igual à do relatório de março, também em 3,0%.
O documento diz que os países desenvolvidos devem conduzir a desaceleração mundial, e o PIB das economias avançadas deve crescer 1,5% neste ano, contra 2,7% do ano passado. O valor também foi revisado para cima: em abril, o FMI esperava que o crescimento fosse de 1,3%. Para 2024, a projeção de alta no PIB também foi mantida, a 1,4%.
Já os países emergentes e em desenvolvimento devem crescer acima da média, diz o relatório. O FMI revisou para cima o crescimento em 2023 em 0,1 ponto porcentual e projeta alta de 4% no PIB destes países, mesmo valor apresentado em 2022. Para 2024, porém, a previsão foi revisada para baixo em 10 pontos-base e agora o Fundo espera crescimento de 4,1%.
Segundo o fundo, a “resiliência” no crescimento de curto prazo se dá à queda nos preços de energia e alimentos após a guerra na Ucrânia, e à “ação enérgica das autoridades” para conter a instabilidade bancária que abalou o mercado em março com as quebras dos bancos Silicon Valley Bank, nos EUA, e Credit Suisse, na Suíça.
Porém, o FMI avalia que o aperto monetário pelos bancos centrais tem feito a atividade global perder força, com desaceleração no crescimento do crédito ao setor não financeiro. Enquanto isso, o núcleo da inflação tem se mostrado resistente no mundo, com destaque para os países desenvolvidos, e a inflação de preços tem subido a níveis mais acentuados que a inflação de salários, pontua o Fundo.