09/10/2023 - 10:29
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira, 9, que as decisões tomadas no início do ano, como a realização de reformas, permitiram que as taxas do Brasil descolassem das internacionais.
“O cenário no primeiro semestre, a gente assiste a uma descorrelação entre a evolução das taxas de juros de médio e longo prazo no Brasil e as taxas de juros internacionais, em especial as norte-americanas”, afirmou, em reunião do Conselho Empresarial de Economia da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
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O ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda salientou que, mesmo antes de o Banco Central iniciar o seu ciclo de corte de juros, foi possível identificar que a curva de juros futura apresentou expectativas de queda.
Segundo ele, isso se deu por causa do ambiente de maior credibilidade, em função da apresentação – e depois aprovação – do arcabouço fiscal e da expectativa de uma maior eficiência do sistema tributário doméstico.
“Os senhores, mais do que ninguém, sabem que chamar o nosso sistema tributário de sistema é um elogio, pois ele não funciona como um sistema”, afirmou Galípolo. “Ele funciona de maneira caótica.” Por isso, de acordo com ele, melhorar o sistema aumentará a produtividade e deixará a indústria mais competitiva.
Explicação para a sociedade dos custos de cada decisão
O diretor de Política Monetária do Banco Central disse também que a equipe econômica deve explicar para a sociedade os custos de cada decisão que toma e, por isso, a comunicação é um tema fundamental. “O Ministério da Fazenda e o BC vêm tentando ser menos herméticos”, afirmou.
De acordo com ele, o uso de jargões da área quase “interdita o debate econômico de maneira mais republicana e democrática”.
“Todo debate deve ser feito à luz do sol”, disse, salientando que é preciso explicar para a sociedade as implicações de cada escolha tomada pelo governo e os trade-offs existentes para que a sociedade tenha clareza sobre o caminho que deseja tomar.