O dólar comercial abriu nesta quinta-feira, 6, com viés de baixa, subiu por algum tempo e voltou a ceder. Teve mínima a R$ 5,2807 no mercado à vista mais cedo. O mercado de câmbio hesita diante da valorização do petróleo e de 0,96% do minério de ferro e um desempenho “lateral” do índice DXY nesta manhã.

No entanto, no mercado de moedas emergentes, o dólar volta a subir frente ao peso mexicano e em menor grau ante a rupia indiana, com reflexo aparente em outros pares. O mercado avalia o anúncio do Banco Central Europeu de corte de 0,25 pontos-base nos juros na zona do euro, como o esperado, e acompanha a coletiva de imprensa da presidente do BCE, Christine Lagarde.

Ainda, monitora comentários do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em evento em São Paulo. “O BCE cortou os juros, mas com declaração mais dura”, disse. “A declaração do BCE é para retirar o ímpeto de que haverá redução de juros muito grande”, emendou. Segundo Campos Neto, o cenário fiscal tem sido questionado e o governo tem reagido desde o arcabouço. “Fiscal tem adicionado algum risco; desindexação do orçamento seria muito boa”, defendeu.

Com a redução de 25 pontos-base pelo BCE na manhã desta quinta, a taxa de depósito foi reduzida de 4% para 3,75%, a de refinanciamento, de 4,50% para 4,25%, e a de empréstimos, de 4,75% a 4,50%. Trata-se da primeira redução da taxa de depósito desde setembro de 2019. Os demais juros haviam sido cortados pela última vez em março de 2016.

O corte das taxas veio em linha com a previsão de analistas. Em comunicado, o BCE avaliou que é apropriado agora moderar o grau de restrição da política monetária, mas ressaltou que as taxas continuarão em “níveis suficientemente restritivos pelo tempo que for necessário”.

Além disso, nos Estados Unidos, os pedidos semanais de auxílio-desemprego subiram mais que o esperado (8 mil na semana, a 229 mil; previsão: 220 mil); o déficit comercial avançou a US$ 74,56 bilhões em abril, menor que o estimado (-US$ 75 bilhões); e custo unitário da mão de obra (final) subiu 4% no primeiro, abaixo da previsão (+4,7%).

A rigidez na cotação do dólar, segundo analistas têm relatado ao Estadão/Broadcast, seria derivada ainda das dúvidas no front fiscal doméstico, diante da dificuldade que o governo deve ter com pautas de arrecadação no Congresso, em especial, agora, com a Medida Provisória que limita a compensação de créditos do PIS/Cofins.

Às 10h desta quinta, o dólar à vista caía 0,27%, a R$ 5,2832.