14/06/2024 - 17:33
Em uma semana de desconfiança no governo Lula e de pressão para os ativos brasileiros, o dólar à vista fechou a sexta-feira, 14, com novo avanço ante o real, com o viés altista vindo do exterior se sobrepondo a certo alívio visto em outros mercados do Brasil, como o de juros futuros, ainda que permaneçam entre os investidores preocupações sobre o equilíbrio fiscal.
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O dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,3812 na venda, em alta de 0,25%. Foi o terceiro avanço das cotações na semana, que teve ainda um dia de baixa e outro de estabilidade. No acumulado semanal, a moeda subiu 1,06% e no mês chega a 2,5%.
Às 17h06, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,22%, a R$ 5,3865 na venda.
Já o Ibovespa fechou com uma alta tímida nesta sexta-feira, em meio a ajustes, após renovar mínima intradia do ano, abaixo de 119 mil pontos, em mais uma sessão de volume reduzido na bolsa paulista, com as ações da Petrobras minando uma recuperação mais robusta.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,08%, a 119.662,38 pontos, tendo marcado 118.828,08 pontos no pior momento e 120.213,65 pontos na máxima do dia, com o acumulado da semana mostrando declínio de 0,91%.
O volume financeiro somou R$ 17,9 bilhões, de uma média diária de R$ 23,9 bilhões no ano.
De acordo com analistas do Itaú BBA, o Ibovespa mostra fraqueza ao marcar mínimas em 2024 e por não reagir mediante ao cenário de novas máximas nos mercados acionários dos Estados Unidos.
“O momento é de cautela no curto prazo, pois o cenário de quedas mais acentuadas à frente existe e aumentou a probabilidade. O ambiente externo, até o momento, não conseguiu contribuir para um avanço do Ibovespa”, afirmaram no relatório Diário do Grafista enviado a clientes nesta sexta-feira.
Nos EUA, o último pregão da semana foi de variações tímidas no mercado acionário, após o Nasdaq e o S&P 500 terem renovado na véspera máximas históricas. O rendimento do título de 10 anos do Tesouro norte-americano marcava 4,21% no final da tarde, de 4,24% na véspera.
A acomodação nos Treasuries favoreceu o alívio também na curva de DI no Brasil, que foi endossado pelo IBC-Br mostrando que a economia brasileira estagnou em abril. Na bolsa, esse movimento favoreceu a recuperação de ações sensíveis a juros, que têm sofrido com o cenário de taxas mais elevadas.
Destaques
– PETROBRAS PN cedeu 2,2%, em dia de variações tímidas dos preços do petróleo no exterior, com agentes financeiros avaliando indicações da nova CEO da estatal, Magda Chambriard, para diretorias da companhia, incluindo Fernando Melgarejo como novo CFO da petrolífera.
– MRV&CO ON avançou 3,63%, após cair 4,48% na véspera, com ações de construtoras encontrando respaldo no alívio na curva de DI. O índice do setor subiu 0,38%.
– B3 ON valorizou-se 2,88%, também respondendo por um suporte relevante, recuperando-se após duas sessões de baixa seguidas, período em que acumulou uma perda de 4,5%.
– MAGAZINE LUIZA ON fechou em alta de 1,96%, também buscando apoio no alívio nos DI para uma recuperação após queda nos dois últimos pregões, que somou quase 10%. O índice do setor de consumo terminou com elevação de 0,64%.
– VALE ON cedeu 0,35%, ainda pesando, mesmo com nova alta dos futuros de minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 1,97%.
– ITAÚ UNIBANCO PN terminou com variação negativa de 0,1% e BRADESCO PN subiu 1,02%.
– DASA ON, que não faz parte do Ibovespa, caiu 10,21%, revertendo os fortes ganhos da abertura, em uma primeira reação ao anúncio de acordo com a Amil para a criação de uma das maiores redes de hospitais do país.