03/09/2024 - 20:02
O Tesouro Nacional publicará nesta quarta-feira, às 14h30, uma divulgação referente ao Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2024. Às 15 horas, haverá ainda uma coletiva sobre o Relatório Mensal da Dívida Pública (RMD) relativo a julho de 2024. Os dados foram divulgados na semana passada sem aviso prévio à imprensa.
Como mostrou o Broadcast, analistas do mercado já consideravam que o Tesouro deveria alterar o PAF deste ano diante do seu perfil “tomador de preço” e do maior apetite do mercado voltado aos papéis remunerados pela Selic, as LFTs. Nos últimos 10 anos, o PAF foi alterado cinco vezes, de acordo com um levantamento feito pela Necton Investimentos.
A expectativa de analistas é de que o órgão anuncie amanhã porcentuais mais baixos de participação dos títulos prefixados e das Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B), que são títulos com rentabilidade atrelada à inflação, enquanto a fatia dos pós-fixados deve subir. Espera-se ainda que seja mantido o intervalo de prazo médio, o intervalo para os títulos com prazo de vencimento e o estoque.
Do ponto de vista da composição da Dívida Pública Federal (DPF), em linha com o PAF inicial de 2024, espera-se que os papéis remunerados pela Selic, as LFT, atinjam participação de 40% a 44%. Os títulos prefixados (LTN e NTN-F) podem variar entre 24% e 28%. Para os papéis corrigidos pela inflação, a participação é de 27% a 31% do estoque. Já os títulos atrelados ao câmbio devem ficar entre 3% e 7%. Para o prazo médio, a expectativa é de que fique entre 3,8 e 4,2 anos, enquanto o porcentual vencendo em 12 meses deve oscilar entre 17% e 21%. Por fim, espera-se que o estoque da DPF fique entre R$ 7,0 trilhões e R$ 7,4 trilhões.
Dívida de julho
Segundo os dados do Tesouro divulgados na semana passada e publicados pelo Broadcast, o estoque da Dívida Pública Federal (DPF) subiu 1,02% em julho e fechou o mês em R$ R$ 7,140 trilhões. Em junho, o estoque estava em R$ 7,068 trilhões.
A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 64,18 bilhões no mês passado, enquanto houve uma emissão líquida de R$ 7,65 bilhões.
A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) teve alta de 1,00% em julho e fechou o mês em R$ R$ 6,822 trilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 1,28% maior no mês, somando R$ 317,63 bilhões ao fim de julho.
A parcela de títulos da DPF atrelados à Selic subiu em julho, para 44,95%. Em junho, estava em 43,74%. Já os papéis prefixados recuaram, indo de 22,67% para 21,33%.Os títulos remunerados pela inflação aumentaram para 29,28% do estoque da DPF em julho, ante 29,17% em junho. Os papéis cambiais oscilaram a participação na DPF de 4,42% para 4,44% no mês passado.