O Comitê de Política Monetária (Copom) dividiu em três “dimensões” a dinâmica como se deu a discussão sobre a condução da política monetária, que levou à alta da Selic para 10,75% ao ano na semana passada na ata divulgada há pouco sobre o encontro.

“Em primeiro lugar, o Comitê avaliou que o cenário, marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, demanda uma política monetária mais contracionista. O Comitê ao longo do tempo tem delineado sua função de reação, tornando transparente sua forma de agir, e perseguirá plenamente seu mandato”, explicou o documento.

Em segundo lugar, o Comitê relatou que julgou que o início do ciclo deveria ser gradual de forma a, por um lado, se beneficiar do acompanhamento diligente dos dados, ainda mais em contexto de incertezas, tanto nos cenários externo como doméstico, mas, por outro lado, permitir que os mecanismos de transmissão da política monetária que possibilitarão a convergência da inflação à meta já comecem a atuar. “Todos os membros do Comitê concordaram em iniciar gradualmente o ciclo de aperto de política monetária”, explicitou a ata.

Em terceiro lugar, o Comitê informou que debateu o ritmo e a magnitude do ajuste da taxa de juros, bem como sua comunicação. “Em virtude das incertezas envolvidas, o Comitê preferiu uma comunicação que reforça a importância do acompanhamento dos cenários ao longo do tempo, sem conferir indicação futura de seus próximos passos, insistindo, entretanto, no seu firme compromisso de convergência da inflação à meta”, trouxe o documento.