09/02/2025 - 12:41
Presidente de 36 anos e esquerdista Luisa González são favoritos em votação polarizada, realizada em meio à luta contra o crime organizado, que tornou o país em um dos mais perigosos do mundo.A votação para as eleições presidencial e legislativa do Equador começou neste domingo (09/02), com mais de 13,7 milhões de eleitores convocados às urnas para eleger suas autoridades para o período de 2025 a 2029, com o atual presidente, Daniel Noboa, e a candidata do correísmo, Luisa González, como favoritos na corrida ao cargo de chefe de governo.
As portas de 4.439 centros de votação se abriram a partir das 7h locais para receber os eleitores até as 17h (8h às 19h em Brasília), horário em que as urnas serão fechadas e terá início uma apuração que poderá durar até tarde da noite, até que os resultados sejam conclusivos.
Para a eleição presidencial, haverá um segundo turno em 13 de abril se nenhum candidato obtiver mais que a metade dos votos neste domingo ou, em outro cenário válido, pelo menos 40% dos votos e uma vantagem mínima de 10 pontos percentuais sobre os demais.
Polarização
Embora 16 candidatos presidenciais estejam na cédula de voração, Noboa (da Ação Democrática Nacional – ADN) e González (da Revolução Cidadã – RC) polarizaram a corrida pelo Palácio Carondelet em Quito, onde fica a sede da presidência do Equador.
Herdeiro de uma das maiores fortunas do país, Noboa já derrotou González, aliada do ex-presidente Rafael Correa nas eleições extraordinárias de 2023, realizadas para completar o mandato de 2021-2025 que Guillermo Lasso não terminou, e agora busca a reeleição para um segundo mandato.
Aos 37 anos de idade, Noboa é um dos líderes mais jovens do mundo. Ele apostou seu futuro político em uma abordagem de linha dura para combater o crime.
Enquanto isso, González é a esperança do movimento de Correa de retornar ao governo nacional após oito anos fora.
Nessas eleições, os equatorianos também elegem os membros da Assembleia Nacional (Parlamento), que passará de 137 para 151 membros, além de cinco representantes para o Parlamento Andino.
Eleições sob “conflito armado interno”
As eleições estão sendo realizadas sob o “conflito armado interno” declarado por Noboa desde o início de 2024 contra o crime organizado, a causa da escalada da violência que levou o país andino a registrar a maior taxa de homicídios da América Latina em 2023, se transformando de um dos mais seguros do mundo em um dos mais perigosos..
Durante a campanha, os dois principais candidatos foram acompanhados por forças especiais e guarda-costas, na esperança de evitar uma repetição da eleição de 2023, quando um dos principais candidatos foi assassinado.
O presidente equatoriano ordenou medidas extremas de segurança em nível nacional durante os principais dias das eleições, razão pela qual fechou as fronteiras terrestres com Colômbia e Peru para a entrada de estrangeiros entre sábado e esta segunda-feira.
Noboa também ordenou a militarização dos portos usados pelas máfias do narcotráfico para enviar grandes quantidades de drogas para América do Norte e Europa.
Um contingente de 56 mil policiais e 48 mil militares foi mobilizado em todo o país para proteger as seções eleitorais, especialmente nas áreas da costa equatoriana onde são registrados os mais altos níveis de violência criminal
md (EFE, AFP)