As manifestações que ocorreram no Brasil em 2015 tiveram como principal objetivo protestar contra o governo Dilma Rousseff e a corrupção. Os protestos levaram milhões de brasileiros às ruas nos dias 15 de março, 12 de abril, 16 de agosto e 13 de dezembro. 

Neste domingo 13, a presidente enfrenta mais um protesto. Relembre como foram as outras manifestações:

15 de março de 2015

Dois meses e meio após a presidente Dilma Rousseff dar início ao seu segundo mandato, uma multidão foi às ruas do Brasil para protestar contra o governo. Os manifestantes pediram o fim da corrupção, reclamaram da situação econômica e defenderam o impeachment de Dilma. A característica comum entre todos os grupos que decidiram protestar foi o ‘antipetismo’.

Segundo o instituto Datafolha, essa foi a maior manifestação política registrada no Brasil desde o movimento das Diretas-Já, em 1984. De acordo com informações oficiais das Polícias Militares dos Estados, no mínimo, 1,9 milhão de brasileiros foram às ruas, a maioria vestida de verde e amarelo e com cartazes pedindo impeachment, renúncia da presidente e até mesmo a intervenção militar.  

Em São Paulo, a Polícia Militar calculou cerca de 1 milhão de pessoas na Avenida Paulista por volta das 15 horas, momento de maior concentração no local. Segundo o Datafolha, o evento reuniu 210 mil participantes na avenida.

Grupos organizados discursaram nos carros de som. Alguns políticos de oposição até participaram dos protestos, mas preferiram ficar à margem, sem comandar palavras de ordem. Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB), principais adversários de Dilma em 2014, comemoraram a mobilização via rede social.

Em capitais como Vitória e Porto Alegre, o número de manifestantes chegou a 100 mil pessoas, segundo as PMs locais. Em Curitiba, foram calculadas 80 mil pessoas. E em Goiânia, 60 mil. Tradicional reduto do PT, o Nordeste teve passeatas nas nove capitais da região. Cerca de 75 mil nordestinos, segundo a PM, participaram dos protestos. 

O governo foi surpreendido com a quantidade de brasileiros nas ruas. Dilma chegou a afirmar que as manifestações deixaram a situação política ainda “mais complicada” do que em junho de 2013, quando uma série de protestos derrubaram a popularidade da presidente. 

12 de abril de 2015

Quase um mês depois dos protestos de 15 de março, brasileiros voltaram às ruas no domingo, dia 12 de abril, para participar de manifestações em todo o País. Desta vez, porém, o público foi menor. Os atos, convocados por movimentos com orientação conservadora, principalmente por meio das redes sociais, ocorreram em 24 estados e no Distrito Federal.

Em todas as cidades, muitos manifestantes vestiram verde e amarelo e levaram bandeiras do Brasil aos protestos que reuniram mais de 680 mil pessoas, segundo a polícia, e 1,5 milhão, segundo organizadores. 

Em São Paulo, a manifestação reuniu 275 mil pessoas às 16h, em seu pico, segundo a Polícia Militar. O Instituto Datafolha estimou o público em 100 mil ao longo do dia e 92 mil no horário de pico, também às 16h. 

Na avaliação de dois dos grupos organizadores, o Vem Pra Rua e o Revoltados Online, 800 mil participaram do ato na capital paulista. Para o Movimento Brasil Livre, participaram entre 750 mil e 800 mil.

No Rio de Janeiro, a manifestação começou de manhã e terminou por volta das 15h. Houve um princípio de tumulto quando um homem que defendia o governo com um megafone foi cercado e ameaçado de agressão pelos manifestantes na Avenida Atlântica. A polícia o retirou do local.

A principal reivindicação foi o impeachment da presidente Dilma. De maneira geral, os movimentos que organizaram os protestos no País defendem o estado mínimo e o corte no número de impostos. Muitos cartazes e carros de som pedindo a intervenção militar também foram vistos neste protesto. 

Uma diferença em relação a março é que, desta vez, todos os grupos pediram a saída de Dilma. No mês passado, o movimento Vem Pra Rua protestou contra a corrupção, mas não pediu a saída da presidente. 

16 de agosto de 2015

As manifestações contra o Governo Dilma Rousseff ocorreram em pelo menos 59 cidades de todos os Estados do Brasil, além do Distrito Federal, no domingo, 16 de agosto. Segundo informações das Polícias Militares estaduais, o ato reuniu em torno de 794 mil pessoas pelo País.

São Paulo, mais uma vez, liderou as manifestações. Segundo o Datafolha, 135 mil pessoas estiveram na Avenida Paulista no auge do ato. Os números superam o protesto de abril, mas não o de março, que reuniu 210 mil participantes na cidade. 

Segurada por centenas de pessoas, uma grande bandeira com as cores do Brasil foi estendida pela avenida. A maior parte dos manifestantes vestia a camisa nas cores verde e amarelo ou usava a bandeira do Brasil nas costas. 

Em Brasília, os participantes, cerca de 25 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, carregaram faixas e cartazes que pediam a saída da presidente Dilma. Em frente à Catedral de Brasília, fizeram uma pausa e rezaram, de mãos dadas, o Pai Nosso. Seguiram então para o gramado do Congresso onde estenderam faixas e entoaram gritos de “Fora Dilma” e “Fora PT”. 

Em Belo Horizonte, o protesto ficou concentrado na Praça da Liberdade e contou com a presença do senador Aécio Neves.

No Rio de Janeiro, uma caminhada de cinco horas pela orla de Copacabana reuniu 20 mil pessoas, segundo os organizadores (a PM não divulgou o público). 

A caminhada foi acompanhada por cinco carros de som por cerca de dois quilômetros. Os discursos, no Rio, variavam nos carros de som, mas a maioria dos cartazes e faixas pedia o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

13 de dezembro de 2015

O protesto pelo impeachment de Dilma Rousseff, realizado no dia 13 de dezembro, foi o primeiro desde que o processo de cassação da presidente começou a tramitar na Câmara dos Deputados. As manifestações ocorreram em pelo menos 22 estados e no Distrito Federal.

Em São Paulo, cerca de 40 mil pessoas foram às ruas, segundo o Datafolha. O número é 70% menor ao que foi observado na manifestação anterior, de 16 de agosto. 

Líder do Vem Pra Rua, um dos movimentos responsáveis pelas manifestações, Rogerio Chequer estima que 100 mil pessoas tenham participado do ato na capital paulista.

Em Brasília, a manifestação fez com que vias da Esplanada dos Ministérios fossem fechadas e reuniu 6 mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar (PM), e 30 mil, segundo os organizadores. 

No Rio de Janeiro, o ato se deu na Praia de Copacabana e reuniu cerca de 5 mil, segundo reportagem da Folha de S. Paulo. A PM afirmou que não fará estimativa de público.

Em Belo Horizonte, a Polícia Militar estimou em 3 mil os manifestantes que ocuparam a região da Praça da Liberdade. Para organizadores, havia o dobro: 6 mil pessoas.

Em outras capitais, públicos modestos também foram registrados. Em Porto Alegre, organizadores estimaram o público em 3 mil pessoas, mas a Brigada Militar apontou número bem menor: cerca de 400 pessoas. 

Em Curitiba, o número de manifestantes ficou entre 7 mil pessoas , segundo a Polícia Militar, e 20 mil, de acordo com organizadores. 

A manifestação em Recife contou público estimado entre 500 e mil pessoas, de acordo com organizadores (a PM não calculou o público). Em Salvador, a Polícia Militar estimou em 500 o número de pessoas que participaram do protesto. Organizadores apontaram um público de até 2 mil pessoas. 

Apontadas como uma espécie de termômetro para o impeachment da presidente da República, as primeiras manifestações antigoverno ocorridas depois a abertura do processo de impedimento de Dilma Rousseff pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não contaram com grande comparecimento da população. Mas, para os organizadores, os protestos de 13 de dezembro foram eram apenas um “esquenta” para manifestações maiores em 2016.

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