03/02/2018 - 20:58
A missa de um ano do falecimento da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva ocorreu neste sábado, 3, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo. Muito emocionado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da missa acompanhado de seus filhos, familiares, amigos e militantes do Partido dos Trabalhadores. Entre os políticos presentes estavam o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT-SP), o ex-ministro do governo Lula e ex-prefeito de São Bernardo do Campo Luiz Marinho, além do ex-ministro da Defesa e das Relações Exteriores Celso Amorim. Também participaram o advogado de defesa de Lula, Cristiano Zanin Martins, e sua esposa, Valeska Teixeira Zanin Martins.
Em seu sermão, o bispo Dom Angélico falou de política. “Vivemos agora sob um golpe parlamentarista, digam o que quiser, esta é a verdade, e foi feito para atender aos interesses econômicos de grandes empresários, grandes bancos…E a luta continua, a resistência, pacífica, firme, continua. E a Marisa Letícia foi envolvida em uma verdadeira conspiração e sua saúde não resistiu. Uma das vítimas. Sem dúvida nenhuma. Estive no hospital, no velório e sepultamento e agora nesta santa celebração para dizer que Marisa Letícia continua viva”, firmou o sacerdote.
Após a missa, o ex-presidente Lula agradeceu a disposição das pessoas que compareceram à celebração. Chorando, Lula disse: “Agradeço à categoria dos metalúrgicos e ao sindicato pelo comprometimento e por ceder o espaço para a missa. Tem muito a ver a história da Marisa e a minha com esse sindicato. Foi em 1973 que nos conhecemos e casamos em 1974. Em 1975 assumi a presidência do sindicato em 24 de abril e a Marisa já tinha um filho de menos de dois meses, mas participou ativamente da minha vida nesse sindicato”. Lula afirmou que “Marisa foi companheira em todos os momentos, foi uma lutadora”.
Ao final, sob aplausos e gritos de olê, olê, olá, Lula, Lula, o ex-presidente afirmou: “Vamos à luta. Recuperamos esse país politicamente, a autoestima do povo. Hoje não se governa, se destrói patrimônio, não se pensa em soberania, mas em vender patrimônio público. Os trabalhadores que tiveram por 12 anos de massa salarial, que acreditaram ser possível ter casa, universidade, escola técnica, esses trabalhadores que estão retornando aquilo antes de nós chegarmos. Agora, querem afundar a Previdência Social, tirar mais dos pobres para aumentar a desigualdade. Mas, mais dias menos dias, o povo pobre vai voltar. Espero que meu tempo de vida ainda seja longo, se eu chegar aos 90 anos, com a vontade e energia que eu estou, eu serei um contribuinte para a recuperação democrática desse País, para que pessoas mais simples e pobres tenham vez novamente”.
Dona Marisa Letícia morreu no dia 3 de fevereiro de 2017, após um Acidente Vascular Cerebral (AVC).