17/08/2022 - 8:37
Dados do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf) revelam que defensivos agrícolas oriundos de contrabando, falsificação, roubos, furtos ou importação fraudulenta representam 25% do mercado e geram prejuízo de R$ 20 bilhões por ano ao setor. Por trás desses números, além das perdas financeiras existem riscos agronômicos, pois produto ilegal não tem comprovação de eficácia.
As estratégias de combate e prevenção ao crime envolvem toda a cadeia do agro, além da Segurança Pública e de autoridades governamentais, pois os riscos não se limitam à segurança dos alimentos: o uso pode incorrer no crime por receptação, ou seja, a compra desses itens pelos próprios agricultores.
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O principal atrativo dessas mercadorias é o preço mais baixo em relação aos produtos legais. De acordo com a CropLife Brasil, em muitos casos, para diminuir os custos da lavoura, o agricultor adquire produtos sem acompanhamento de profissionais, sem registro e sem nota fiscal. E o cenário recente de aumento dos preços de insumos agrícolas tende a agravar o quadro.
Até a busca por seguro é complicada. Segundo o presidente-executivo da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Pecuários (Andav), Paulo Tiburcio, o valor médio dos roubos de agroquímicos chega a R$ 638 mil, mas os planos das seguradoras só cobre R$ 500 mil. “Temos de buscar um seguro que cubra R$ 2 milhões”, afirmou.
As possíveis soluções para essas questões estão entre os temas que serão discutidos de hoje (17), até sexta-feira (19), no Congresso Andav, realizado no Transamerica Expo Center, em São Paulo (SP), e que deve receber 5 mil profissionais, entre visitantes, congressistas, palestrantes e expositores de 120 marcas nacionais e internacionais.
Para Tiburcio, um dos pontos altos do evento será a apresentação dos resultados de uma pesquisa feita pela Andav que aborda a fundo oito temas ligados ao setor. “É um raio-x da distribuição que nos dá o direcionamento do que precisamos levar aos associados”, disse o dirigente. A entidade tem 2.310 associados, que são responsáveis por 49% de todos os insumos que chegam aos agricultores.