18/07/2018 - 13:00
A morte de um homem por parte de um policial militar desencadeou uma onda de violência nesta madrugada em Olímpia, no interior de São Paulo, a 429 quilômetros da capital.
Houve protesto de moradores e 15 ônibus e dez carros foram incendiados na cidade, sem o registro de vítimas. Quase todos os ônibus estavam na garagem de uma empresa local, no bairro Harmonia. Já os carros se encontravam no pátio de recolhimento do Departamento Nacional de Trânsito (Detran).
A confusão começou na noite desta terça-feira, 17, após o sepultamento de Everson Luís Nunes Pereira, de 38 anos, morto no último domingo, 15, em uma boate. Revoltado, um grupo de moradores montou barricadas nas ruas e ateou fogo em pneus, madeira e outros objetos.
Enquanto os bombeiros tentavam conter as chamas, a manifestação teve desdobramentos com os atos de vandalismo registrados até por volta das 5h desta quarta. A Polícia Militar teve de pedir ajuda a agentes de municípios vizinhos para enfrentar a situação, que pela manhã parecia estar controlada.
Nenhum suspeito foi preso pelos ataques que serão objeto de investigação por parte da Polícia Civil. Os coletivos incendiados são voltados ao transporte rodoviário e de trabalhadores rurais, e um caminhão também foi queimado. Bombeiros da região ajudaram a controlar as chamas.
Everson Luís Nunes Pereira foi morto com um tiro no abdômen na Boate Golden Pub. As versões sobre o crime são divergentes, e após o ocorrido, o estabelecimento, que funcionava há um ano na cidade, anunciou que resolveu encerrar suas atividades.
Versões
O policial apontado como autor do disparo é de Olímpia, mas mora em São Paulo e estava de folga com a esposa na boate. Em sua versão na delegacia, ele alegou que foi observado ao se identificar como PM a um segurança. E que, depois disso, passou a ser hostilizado e agredido por um grupo de pessoas. Ao pegar a arma para se defender, ela teria disparado e atingido a vítima.
Já familiares alegam que Everson esbarrou na mulher do policial e o casal foi tirar satisfação com ele e outras pessoas. A esposa teria jogado cerveja no grupo e começou uma confusão, ocasião em que o policial pegou a arma e disparou contra a vítima.
Após prestar depoimento, o PM foi liberado para responder ao processo em liberdade.