28/02/2019 - 13:06
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,1% em 2018 ante 2017, exatamente a mesma variação de 2017 ante 2016. No ano passado, contudo, a demanda interna saiu na frente, com avanço de 1,6%, informou a coordenadora da Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis. A atividade econômica só não avançou 1,6% porque o setor externo teve contribuição negativa, tirando 0,5 ponto porcentual do crescimento de 2018 ante 2017.
“A gente teve crescimento do PIB igualzinho, mas a gente vê que a distribuição é diferente”, disse Rebeca.
Em 2017, a demanda interna havia crescido 1,0% ante 2016, enquanto o setor externo teve contribuição positiva de 0,1%, formando o avanço de 1,1% no PIB. Segundo Rebeca, tanto o aumento das importações quanto a desaceleração no crescimento das exportações contribuíram negativamente no setor externo. As exportações saíram de uma alta de 5,2% em 2017 para um avanço de 4,1% em 2018. Já as importações aceleraram de uma alta de 5,0% em 2017 para um avanço de 8,5% ano passado.
Rebeca citou a safra não tão boa em 2018 quanto em 2017 e a crise econômica na Argentina para explicar o desempenho das exportações. Já as importações foram impulsionadas pela própria aceleração da economia doméstica – nos anos de recessão em 2015 e 2016, a demanda interna tombou 6,2% e 4,9%, respectivamente, muito acima das variações do PIB, que ficaram em 3,5% e 3,3%, também respectivamente.
A pesquisadora do IBGE destacou o peso do consumo das famílias na demanda interna. Do avanço de 1,6% da demanda interna em 2018 ante 2017, 1,2 ponto porcentual é consumo das famílias, disse Rebeca.
Em 2018, o consumo das famílias cresceu 1,9%, comparado a um avanço de 1,4% em 2017. Segundo Rebeca, o movimento foi impulsionado pelo crescimento da massa salarial real, pelo avanço real (já descontada a inflação) do crédito focado nas pessoas físicas e por um alívio nas taxas de juros. Nas contas do IBGE, a Selic (pela média diária) ficou em 6,4% em 2018, ante 10% em 2017. Para completar, a inflação “continua comportada, dentro da meta”.
“Está tendo uma melhora (na renda). É lenta, focada no trabalhador por conta próprio, mas está melhorando”, disse Rebeca.