12/10/2019 - 16:37
Interessados em ter uma camiseta parecida com a que o presidente Jair Bolsonaro usava quando sofreu o atentado a faca, há pouco mais de um ano, ficaram frustrados neste sábado, 12. A estampa foi a primeira a esgotar na lojinha montada pela marca “Camisetas Opressoras” na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), que acontece no Brasil pela primeira vez.
Dos cerca de 30 modelos disponíveis, a camiseta amarela com o escrito “Meu partido é o Brasil” é uma das mais procuradas, assim como a que estampa um cachorrinho fazendo cocô – e que, no lugar, tem um símbolo do comunismo.
Uma camiseta sai por R$ 39,90. Ainda é possível adquirir canecas (R$ 29,90), meias (R$ 19,90) e máscara de dormir (R$ 19,90) personalizadas pró-Bolsonaro. Um kit de produtos (R$ 69,90) e o trio de camisetas por um preço promocional, de R$ 109,99, estão entre os produtos mais vendidos no CPAC.
Os produtos não são só para adultos. Há bodies infantis com o rosto de Bolsonaro e a palavra “Bolsomito”. A peça foi idealizada pelo casal Denise Amaral, 29 anos, e Wilker Amaral, 33 anos, para seus filhos gêmeos usarem em um evento com o presidente. A partir de então, os responsáveis pela marca “Camisetas Opressoras” tiveram grande demanda pelo produto e incluíram o modelo no portfólio.
“A demanda surpreendeu no evento. As pessoas adotaram a camiseta (amarela, que Bolsonaro vestia quando sofreu um atentado durante a campanha eleitoral) como se fosse um uniforme”, disse Wilker Amaral ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Ele afirma ter pensado na estampa sem pretensão.
Vender camisetas pró-Bolsonaro é o segundo trabalho do casal. Wilker Amaral trabalha com publicidade e propaganda.
Denise é professora universitária. Eles admitem que as vendas este ano estão menores do que em 2018, quando o atentado ao hoje presidente provocou um boom de vendas. Há crescimentos pontuais de demanda quando o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, compra e utiliza uma estampa nova.
O casal iniciou a marca “Camisetas Opressoras” no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, há cerca de 4 anos, antes da ascensão de Bolsonaro, por se identificarem com as bandeiras ideológicas do então aspirante a candidato. “Mais do que um negócio, é um ideal”, afirma Denise, fazendo menção ao liberalismo econômico, capitalismo consciente e o fato de serem cristãos. Eles defendem ainda temas como o armamento e são contrários à ideologia de gênero e ao aborto.
Sobre os dez primeiros meses de Bolsonaro, o casal afirma que não esperava mágica para arrumar um “estrago de anos”. Denise se diz “positivamente surpresa” com as questões econômicas e ideológicas que têm sido debatidas.
Em relação à polêmica envolvendo o meio ambiente, ela enfatiza que a questão sempre existiu mas agora há “um zoom maior” sobre elas. “Não queremos que coloquem fogo em tudo, mas a gente precisa entender até que ponto é euforia ou que faz sentido.”
A “Camisetas Opressoras” foi convidada a participar do CPAC por Eduardo Bolsonaro e não pagaram nada pelo espaço. Questionados sobre eventuais pedidos de simpatizantes de fora do País ou sobre a possibilidade de participarem da edição norte-americana da CPAC, eles disseram que ainda não foram procurados a respeito. Mas adiantam que já possuem visto para os Estados Unidos.
O CPAC é o maior evento conservador dos Estados Unidos, onde a primeira edição aconteceu em 1973.