02/03/2020 - 20:38
A polícia indiciou um motorista de aplicativo por estupro de uma universitária de 20 anos durante a corrida. Imagens de câmeras de segurança derrubaram a versão do motorista de 47 anos – que, segundo a polícia, disse ter sido “seduzido pela jovem e, como homem, não teria resistido”.
O caso aconteceu na madrugada do último dia 26, por volta das 4h da manhã. A estudante tinha acabado de sair de uma festa, em um bar da zona oeste, quando chamou o serviço de aplicativo da 99 Táxi.
O carro que fez o atendimento foi um Honda City. A corrida seria até a Mooca, na zona leste, bairro em que a vítima mora.
Conforme a própria passageira relatou para polícia, ela tinha consumido álcool e estava embriagada. O que aconteceu durante a corrida ela só conseguiu se recordar por meio de lampejos. E entre esses lampejos estaria a cena em que ela tinha sido violentada (ela se recorda do homem parar o carro e ir para o banco de trás com as calças abaixadas).
No dia seguinte, além dos flashes de violência sexual, a estudante notou que o valor e o tempo da corrida não correspondiam ao habitual. Normalmente, naquele horário, o trajeto da zona oeste até a Mooca não daria muito mais de meia hora. Já aquela corrida tinha durado cerca de 5 horas e custado mais de R$ 100. Ela também declarou ter sentido dores na região genital.
No último domingo, dia 1, o motorista se apresentou a polícia – com a versão de que teria sido seduzido pela garota. Segundo a polícia, ele teria dito que a passageira também estava no banco da frente e que, de comum acordo, teria pulado para o banco de trás, onde o ato sexual teria se consumado.
“As imagens de segurança desmontam a versão do motorista. Elas mostram e que ele parou o carro, saiu e foi para o banco de trás”, falou o delegado Roberto Monteiro de Andrade Junior, titular da 1ª Delegacia Seccional da Capital. “Ao invés de ajudar a passageira, levando-a para um hospital ou para a casa dela, ele decidiu cometer o abuso”, completou.
O caso foi registrado como estupro de vulnerável na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher. A estudante passou por exames no hospital Pérola Byington e terá que tomar um coquetel de remédios pra evitar doenças sexualmente transmissíveis.
A EMPRESA
Em nota, a 99 afirmou que baniu o motorista da plataforma e mobilizou uma equipe “que manteve contato com a passageira para oferecer todo o acolhimento e suporte necessários”.
A empresa está disponível para colaborar com as investigações da polícia.
“A plataforma lamenta profundamente o caso e reitera que repudia veemente esse tipo de violência. Temos uma política de tolerância zero em relação a isso. Por isso, dedicamos nossos esforços na prevenção, proteção e acolhimento de todos os usuários da plataforma, principalmente para as mulheres.”
Ainda de acordo com o aplicativo, “passageiras e motoristas que tenham sofrido esse tipo de violência devem reportar imediatamente para a empresa, por meio de seu app, ou no telefone 0800-888-8999.