A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê uma queda histórica da demanda de petróleo em 2020, de -9,3 milhões de barris por dia (mbd), devido à paralisação da economia mundial provocada pela pandemia de COVID-19.

A queda histórica fará com que o consumo mundial retorne ao nível de 2012, a 90,6 mbd, segundo os cálculos da agência com sede em Paris.

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Apenas em abril, a AIE prevê uma queda da demanda de 29 milhões de barris por dia em comparação com 2019, número inédito em 25 anos. O consumo deve cair outros 26 mbd em maio (em ritmo anual) e 15 mbd em junho.

A agência prevê uma recuperação no segundo semestre, graças às medidas adotadas para conter a pandemia e apoiar a economia, mas o retorno a uma demanda normal será “progressivo”.

Em dezembro, o consumo deve continuar, em média, 2,7 mbd inferior aos números de 2019.

“A economia mundial sofre uma pressão de nível desconhecido desde a Grande Depressão dos anos 1930”, afirmou a AIE.

Diante da queda expressiva dos preços do petróleo, a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus principais sócios, reunidos na Opep+, decidiram no domingo uma redução de 9,7 mbd na produção em maio e junho, enquanto os países do G20 prometeram uma cooperação maior.

“Estas medidas não devem reequilibrar o mercado imediatamente, mas representam um primeiro passo sólido”, destacou a AIE.

Como resultado do acordo Opep+, a produção mundial de petróleo deve ser reduzida em 12 milhões de barris por dia em maio, uma queda recorde, segundo as estimativas da AIE.

Isto ajudará a limitar um pouco o excesso de oferta.