20/08/2020 - 11:11
O gigante chinês do comércio eletrônico Alibaba anunciou, nesta quinta-feira (20), um aumento de 34% nas vendas no primeiro trimestre de seu ano fiscal escalonado, resultado da explosão nas compras pela internet, apesar do impacto econômico do coronavírus.
O faturamento do grupo com sede em Hangzhou (leste da China) – um indicador relevante da saúde do grupo, mas também do consumo geral no país – atingiu US$ 21,8 bilhões (153,8 bilhões de yuans) no trimestre abril-junho, excedendo significativamente a estimativa de consenso de analistas ouvidos pela Bloomberg.
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“A principal atividade comercial na China (US$ 14 bilhões) voltou totalmente aos níveis pré-epidêmicos em todas as áreas”, afirma Alibaba em um comunicado divulgado à imprensa.
O novo coronavírus, que surgiu na China no final do ano passado, derrubou a economia chinesa ao causar uma queda histórica de 6,8% do PIB no primeiro trimestre de 2020.
Mas o Alibaba, como outros grupos de tecnologia na China, foi amplamente poupado, e seu presidente, Daniel Zhang, explicou que a pandemia, o confinamento e o distanciamento físico estão por trás da escolha dos consumidores de recorrer às lojas online.
“Estávamos bem posicionados para aproveitar o crescimento da transformação digital, acelerada pela pandemia tanto ao nível do consumo como da atividade empresarial”, afirmou, citado no comunicado.
O grupo viu suas receitas de seus data centers (cloud) aumentarem 59% para 1,7 bilhão de dólares.
Por fim, também se beneficiou de significativos ganhos de capital no mercado de ações, que elevaram seu lucro líquido para 6,7 bilhões de dólares (47,6 bilhões de yuans), resultado que mais que dobrou (+ 124%) em relação ao mesmo trimestre do ano fiscal anterior.
A boa saúde do Alibaba pode ser prejudicada, no entanto, pelos esforços contínuos do governo americano de Donald Trump de restringir o acesso de gigantes chineses da tecnologia, após a campanha para isolar o grupo de telecomunicações Huawei e agora ameaças de desligar o aplicativo Tiktok, de propriedade da empresa chinesa ByteDance.
O presidente dos Estados Unidos afirma que essas duas empresas representam ameaças à segurança nacional americana e à segurança dos dados pessoais de cidadãos americanos.
Recentemente, deu a entender que outras empresas, possivelmente incluindo Alibaba, provavelmente estarão sujeitas a medidas semelhantes.
Donald Trump também ordenou em maio uma investigação sobre empresas chinesas listadas nos mercados financeiros americanos, incluindo Alibaba, JD.com, Baidu e muitas outras, em meio a tensões crescentes entre as duas maiores economias do mundo.