19/10/2020 - 16:37
Diante do aumento preocupante da pandemia de covid-19 em grande parte da Europa e nos Estados Unidos, o chefe de emergências sanitárias da Organização Mundial da Saúde (OMS) aconselhou com urgência “pôr os casos de contato em quarentena”.
“Se pudesse expressar um desejo mágico para melhorar algo que podemos de verdade melhorar para mudar a situação, seria garantir que cada um dos indivíduos em contato com casos confirmados de covid seja posto em quarentena o tempo necessário para quebrar a cadeia de transmissão”, declarou o doutor Michael Ryan, diretor de assuntos de emergência sanitária da OMS.
Na conferência semanal da organização em Genebra, Ryan disse não acreditar “que isto tenha sido aplicado de forma sistemática” e é “uma das razões principais pelas quais se veem cifras tão elevadas”.
O acompanhamento dos casos de contato é diferente em muitos países europeus e os casos registrados de covid-19 aumentaram radicalmente no continente nas duas últimas semanas, forçando as autoridades a voltar a aplicar medidas restritivas para deter a pandemia.
“Cerca da metade dos membros da região europeia da OMS (que conta com 48) registraram uma alta de 50% de infecções na semana passada”, acrescentou.
O que preocupa Ryan é que o número de hospitalizações segue a tendência, embora a OMS já pesquisasse sobre a possibilidade de que as pessoas afetadas agora têm “doses mais baixas de exposição” e no geral são menos afetadas com gravidade.
Na Europa, diferentemente da Ásia, onde os esforços de acompanhamento e quarentena foram mantidos, os períodos de confinamento na primavera em muitos casos foram seguidos pelo relaxamento das medidas, tanto em nível oficial quanto individual.
“Sei que as pessoas estão cansadas, mas este vírus mostrou que se baixarmos a guarda, pode ressurgir com toda a velocidade e ameaçar os hospitais e os sistemas de saúde”, declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A pandemia do novo coronavírus deixou pelo menos 1.114.836 mortos e mais de 40 milhões de contagiados no mundo desde que o escritório da OMS na China deu conta do aparecimento da doença em dezembro, segundo um balanço estabelecido pela AFP nesta segunda-feira.