Em um ambiente de incertezas sobre o futuro do Brasil, na esteira da pandemia do novo coronavírus, os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 1,793 bilhão em outubro, informou nesta quarta-feira, 25, o Banco Central (BC). No mesmo período do ano passado, o montante havia sido de US$ 8,221 bilhões.

O resultado superou a mediana de US$ US$ 1,150 bilhão das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast, mas dentro do intervalo que ia de US$ 800 milhões a US$ 1,904 bilhão.

+ Caoa anuncia investimento de R$ 1,5 bilhão em cinco anos na fábrica de Goiás
+ Para Guedes, com juro baixo e câmbio alto, investimentos estão voltando

Pelos cálculos do BC, o IDP de outubro indicaria entrada de US$ 1,0 bilhão.

Acumulados

No acumulado do ano até outubro, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo somou US$ 31,914 bilhões. A estimativa do BC para este ano é de IDP de US$ 50,0 bilhões. Este valor foi atualizado no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI).

No acumulado dos 12 meses até outubro deste ano, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 43,474 bilhões, o que representa 2,94% do Produto Interno Bruto (PIB).

Investimento em ações

O investimento estrangeiro em ações brasileiras ficou positivo em US$ 2,759 bilhões em outubro, informou o Banco Central. Em igual mês do ano passado, o resultado havia sido negativo em US$ 1,876 bilhão. No acumulado do ano até outubro, o saldo ficou negativo em US$ 14,371 bilhões.

Já o investimento líquido em fundos de investimentos no Brasil ficou positivo em US$ 148 milhões em outubro. No mesmo mês do ano passado, ele havia sido positivo em US$ 733 milhões. No acumulado do ano até outubro, os fundos registram saídas líquidas de US$ 674 milhões.

O saldo de investimento estrangeiro em títulos de renda fixa negociados no País ficou positivo em US$ 2,671 bilhões em outubro. No mesmo mês do ano passado, havia ficado negativo em US$ 2,835 bilhões. No ano, o saldo em renda fixa ficou negativo em US$ 3,944 bilhões.

Taxa de rolagem

O Banco Central informou que a taxa de rolagem de empréstimos de médio e longo prazos captados no exterior ficou em 84% em outubro. Esse patamar significa que não houve captação em quantidade suficiente para rolar compromissos das empresas no período. O resultado ficou abaixo do verificado em outubro do ano passado, quando a taxa havia sido de 92%.

De acordo com os números apresentados nesta quarta pelo BC, a taxa de rolagem dos títulos de longo prazo ficou em 56% em outubro. Em igual mês de 2019, havia sido de 154%. Já os empréstimos diretos atingiram 90% no mês passado, ante 82% de outubro do ano anterior.

No ano até outubro, a taxa de rolagem total ficou em 76%. Os títulos de longo prazo tiveram taxa de 58% e os empréstimos diretos, de 82% no período. O BC estima taxa de rolagem de 95,3% para 2020.