25/03/2021 - 12:11
Pouco mais de 60 dias após a chegada ao poder, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, participa nesta quinta-feira (25) de sua primeira entrevista coletiva, em um momento de crescentes desafios, da imigração ao debate sobre porte de armas.
O democrata esperou muito mais que seus antecessores para se submeter a um exercício que pode ser arriscado.
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A tão aguardada entrevista em Washington está marcada para 13h15 locais (14h15 em Brasília) no prestigioso Salão Leste da Casa Branca, com um número limitado de jornalistas, devido às restrições pela covid-19.
Foi neste salão, que abriga um imponente retrato de George Washington, que Donald Trump participou, há pouco mais de quatro anos, de uma difícil troca com jornalistas.
Nos últimos dias, várias crises frustraram os planos da Casa Branca de continuar a turnê “Help is here” (“A ajuda está aqui”, em tradução livre), destinada a promover os méritos do gigantesco plano de ajuda econômica de US$ 1,9 trilhão, aprovado pelo Congresso e muito popular entre os americanos.
Dois tiroteios sucessivos, em casas de massagem em Atlanta (Geórgia), e depois em um supermercado em Boulder (Colorado), abalaram os Estados Unidos.
Embora Joe Biden tenha convocado o Congresso a agir, exigindo em particular a proibição dos rifles de assalto, essa sequência expôs a estreita margem de manobra para os democratas no Capitólio, onde contam com uma apertada maioria.
Quanto capital político Biden está disposto a gastar nesta questão que fracassou quando era vice-presidente de Barack Obama, depois do tiroteio na escola primária Sandy Hook que deixou 26 mortos, incluindo 20 crianças, em 2012?
– Gafes –
O discurso de Biden também se dará após sua decisão de encarregar a vice-presidente Kamala Harris do delicado tema do fluxo de milhares de migrantes – muitos deles menores de idade – para a fronteira EUA-México.
Também no plano diplomático, espera-se com impaciência as palavras do 46º presidente dos Estados Unidos.
Já decidiu uma data para a retirada das tropas americanas do Afeganistão? Como pretende relançar as conversas com o Irã, que parecem ter chegado a um ponto morto? Até onde pretende ir em sua queda de braço, que assumiu um aspecto muito pessoal, com o presidente russo, Vladimir Putin? Qual sua posição em relação à Coreia do Norte, que, segundo Tóquio, acaba de lançar dois mísseis balísticos?
Em muitas dessas questões, sobre as a Casa Branca responde incansavelmente há semanas que estão “em estudo”, o presidente pode se ver encurralado.
Desde sua posse em 20 de janeiro, Biden, de 78 anos, tem multiplicado as breves trocas com os jornalistas no Salão Oval, ou durante suas viagens, mas se manteve afastado da entrevista coletiva. Este é um exercício mais exigente, porque se permite fazer perguntas mais duras e pedir explicações depois das respostas.
Essa reticência por parte de um homem conhecido por suas gafes, cujo estado de saúde é objeto de perguntas recorrentes, alimentou especulações e ataques de alguns de seus adversários, que tentam retratar um presidente superprotegido por suas equipes.