13/04/2021 - 17:24
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) – O Ministério da Saúde alertou nesta terça-feira que 1,5 milhão de pessoas deixaram de tomar a segunda dose da vacina contra Covid-19 dentro do prazo previsto, depois de terem sido imunizadas pela primeira vez, colocando em risco a eficácia completa da imunização.
De acordo com o ministério, um levantamento está sendo feito com os Estados para que as secretarias estaduais possam agir para encontrar essas pessoas que ainda não se vacinaram pela segunda vez. A orientação é que, mesmo que a data prevista tenha passado, as pessoas procurem os postos para tomar a segunda dose, que garante a imunização completa.
“Destaco aqui que, mesmo que vença o prazo, a recomendação do Programa Nacional de Imunizações (PNI) é que elas completem o esquema. Então, quem atrasou e não conseguiu ir com 28 dias de intervalo da CoronaVac, ou aquelas que não conseguiram ir com 84 dias da vacina AstraZeneca, devem comparecer para completar o esquema”, disse a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Francieli Fantinato, em conversa com jornalistas.
Os dados apresentados pelo ministério mostram que praticamente todas as pessoas que não voltaram para tomar a segunda dose da vacina foram imunizadas com a CoronaVac, que tem um intervalo mais curto para aplicação da segunda dose, de 21 a 28 dias, e também representa 83,2% dos imunizantes usados no país até agora. Do total de 1.514.627, apenas 287 receberam a AstraZeneca.
O Estado de São Paulo é onde mais pessoas deixaram de tomar a segunda dose, 343.925, cerca de 5% dos quase 7 milhões de vacinados.
Rio Grande do Sul, Bahia e Rio de Janeiro, que estão na frente em quantidade de vacinados, também apresentam uma grande quantidade de pessoas que não voltaram para a segunda dose, em torno de 7% do total.
Até esse momento, de acordo com dados de acompanhamento do ministério, 21.203.805 milhões de pessoas no país tomaram a primeira dose de vacina, o equivalente 10% da população, mas apenas 6.411.521 receberam a segunda dose, o que representa 3% da população.
O Ministério da Saúde afirmou em nota que está tentando antecipar a entrega de doses contratadas para o segundo semestre, privilegiando aquelas já aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“O ministério tem reforçado o diálogo com países produtores de vacinas e do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), a fim de reforçar o PNI até que o Brasil seja autossuficiente na produção desses insumos”, afirmou.