No final de março, a Importadora Decanter deu início aos trabalhos da “Confraria Adolar Hermann”, criada para reunir profissionais e amigos de uma das principais empresas do mercado de vinhos no Brasil. Não se trata de um clube de assinaturas ou algo do gênero, mas de uma estratégia para divulgar alguns rótulos especiais da importadora, selecionados pelo premiado sommelier Tiago Locatelli, que também conduz as degustações (virtuais e presenciais).

Catarinense nascido na zona rural de Guaramirim, Adolar Hermann trabalhou por quase quatro décadas em uma fábrica de têxteis em Blumenau antes de entrar no negócio do vinho. Aos 57 anos, montou uma loja e passou a importar rótulos da vinícola argentina Luigi Bosca.

Hoje, quase 25 anos depois de receber as primeiras caixas, ele se divide entre o comércio e a produção. Foi sócio da Quinta da Neve, em São Joaquim (SC), negócio do qual saiu no início deste ano, e é dono da Vinícola Hermann, na Serra do Sudeste (RS), onde elabora espumantes de alto nível, como o Lírica Crua, além de um Alvarinho e de tintos da linha Matiz, incluindo um Touriga Nacional.

É de esperar que quem tenha escolhido produzir no Brasil vinhos com castas portuguesas goste do que elas oferecem. E foi para confirmar essa premissa que a Confraria Adolar Hermann apresentou na terça-feira (25) uma seleção de grandes rótulos de Portugal, elaborados por alguns dos maiores enólogos do país.

Por serem rótulos de alta gama, a seleção apresentada parte de uma faixa de preço elevada: R$ 254,20, caso do gastronômico Quinta dos Roques Dão Encruzado Branco 2019, e chega até R$ 585,80. Esse é o preço do Quinta da Gaivosa Tinto 2017 , produzido no Douro por Tiago Alves de Sousa, cuja vinícola que leva seu sobrenome foi eleita a melhor de Portugal em 1999 e 2006.

Nesta mesma faixa de valor (R$ 563,70) está o Anselmo Mendes Parcela Única Alvarinho 2018, cuja produção foi limitada a 8 mil garrafas. Vinho de contemplação, ele pode ser harmonizado com pratos como lagosta ou à base de trufas. Inesquecível.

Para quem busca um tinto de excelência, o José Maria da Fonseca J 2015 (R$ 477,50) entra na categoria das joias criadas pelo enólogo Domingos Soares Franco. São apenas 6 mil garrafas desse vinho cujo esmagamento das uvas é feito com os pés em um pequeno lagar. A fermentação ocorre parcialmente em ânforas de barro, antes de a bebida ser transferida para barricas de carvalho francês onde permanece por 14 meses  até ser engarrafada sem filtração.

E para quem busca um vinho fortificado, a lista traz o Alambre 20 Anos (R$ 461,60), moscatel de Setúbal que reúne vinhos de 19 safras e que se torna um néctar na companhia de doces portugueses como pastéis de nata ou travesseiros de Sintra. À venda nas enotecas e no site www.decanter.com.br.