11/06/2021 - 11:29
“Deu Brasil na Espanha”. “Brasil bate recorde de prêmios em Londres”. “Rótulos brasileiros trazem 14 premiações da França”. As três frases que você acaba de ler são títulos de informes divulgados pela Associação Brasileira de Enologia (ABE) entre os dias 2 e 8 de junho. Eles referem-se aos resultados expressivos que as vinícolas brasileiras obtiveram em avaliações na Europa nos meses de março, abril e maio deste ano. No total, em três concursos, foram 81 medalhas para rótulos produzidos no Brasil. E o mais interessante é que muitos desses brancos, rosés, tintos e espumantes agora chancelados por peritos internacionais são ainda pouco conhecidos em seu país de origem.
Um exemplo é o Zanotto Sauvignon Blanc 2020, elaborado pela Vinícola Campestre em Vacaria (RS), e vendido a R$ 47 no e-commerce da empresa. Ele subiu ao topo do pódio duas vezes para receber suas merecidas medalhas de ouro. Primeiro, no Citadelles du Vin, em Bourg Sur Gironde, na França, concurso que tem a chancela da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), maior instituição do setor no mundo. Depois, no Bacchus 2021, em Madri, que conferiu um total de 12 premiações para os rótulos brasileiros, sendo três para a Vinícola Campestre. Além do ouro para o Sauvignon Blanc 2020, ela obteve prata para o Zanotto Gewurztraminer, também de 2020, e para o Merlot 2017. Em Londres, foram quatro rótulos da linha Zanotto a receber medalha de bronze.
Fundada há meio século, a Vinícola Campestre é uma empresa familiar que produz suco de uva, vinhos de mesa (Pérgola), vinhos finos (Zanotto e Nova Morada) e cervejas artesanais (Per Birra), em um mix de cerca de 50 produtos. Hoje, todas as uvas utilizadas na produção de vinhos finos vêm de vinhedos próprios da região de Campos de Cima da Serra, cujo clima favorece especialmente a evolução das variedades brancas.
Além da excelente performance da Vinícola Campestre, a Cooperativa Nova Aliança, de Flores da Cunha (RS), surpreendeu ao conquistar na França não apenas a medalha de ouro como também o Prêmio Especial do Brasil por seu Chardonnay 2020 (R$ 49,90). Fundada em 2010, a empresa tem uma história que remonta a 1931, quando surgiram as cooperativas que décadas mais tarde se uniriam para formar a Nova Aliança. Atualmente, ela reúne 700 famílias da Agricultura Familiar distribuídas em todo o estado todo do Rio Grande do Sul, com vinhedos nas três principais regiões produtoras de uva: Serra Gaúcha, Campanha Gaúcha e Serra do Sudeste.
“O Brasil passou por uma revolução no setor vitivinícola nos últimos 20 anos. E hoje o que vemos são vinhos e espumantes de alta qualidade, sendo reconhecidos mundialmente por quem entende do assunto”, afirmou o presidente da ABE, enólogo André Gasperin. Agora só falta os brasileiros conhecerem melhor os rótulos que a Europa já provou e premiou.