Por Nayara Figueiredo

SÃO PAULO (Reuters) – O Frigol, quarto maior frigorífico de carne bovina do país, disse nesta segunda-feira à Reuters que dará 15 dias de férias coletivas aos empregados da unidade de São Félix do Xingu (PA).

A decisão vem após a suspensão temporária de exportações da proteína do Brasil para a China, disse à Reuters uma fonte com conhecimento da situação, que pediu para não se identificada.

“Alguma perda acontecerá e as empresas contra-atacam ou tentam minimizar (o dano) com antecipação de férias, por exemplo”, afirmou a fonte citando a estratégia do Frigol.

Mas, segundo a empresa, as férias não têm relação direta com a interrupção temporária dos embarques ao país asiático.

O frigorífico, que tem duas das três unidades habilitadas para exportar à China, decidiu antecipar férias dos empregados para lidar também com uma baixa demanda sazonal de Israel, afirmou o Frigol, por meio de sua assessoria de imprensa.

A planta de São Félix do Xingu não está entre as habilitadas para o mercado chinês e foca o mercado israelense.

“Estão aproveitando um intervalo nesse calendário (judaico), por isso esta unidade foi escolhida para as férias coletivas”, disse a empresa por meio da assessoria.

Questionada sobre a suspensão de embarques à China, a assessoria disse não ter informação, citando apenas a relação da decisão com Israel.

A companhia acrescentou que as demais unidades que são habilitadas para a China, em Lençóis Paulista (SP) e Água Azul do Norte (PA), não terão férias –apesar de serem diretamente afetadas pela suspensão de embarques chineses.

Com a interrupção das exportações à China, os volumes que seriam embarcados pelos frigoríficos de todo o Brasil deverão ser direcionados ao mercado interno ou a outros países, segundo especialistas ouvidos pela Reuters.

As vendas externas de carne bovina para a China foram suspensas após o Ministério da Agricultura confirmar no sábado dois casos atípicos da doença Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como “vaca louca”, no Brasil.

Nesta segunda, o ministério disse que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês) confirmou que tratam-se de casos atípicos –quando a doença surge espontaneamente e não há contaminação– e por isso manteve o Brasil com classificação de risco insignificante para a doença.

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