30/11/2021 - 13:07
Um incêndio em uma agência bancária abandonada e ocupada por várias pessoas na cidade espanhola de Barcelona deixou quatro mortos, incluindo uma criança e um bebê, um “horror” que não “deveria acontecer jamais”, segundo a prefeita da cidade.
“As vítimas são dois adultos, um bebê e um menino de três anos”, afirmou Ángel López, do corpo de bombeiros de Barcelona. O incêndio foi controlado.
“Às 6h00 recebemos um aviso de uma testemunha sobre um incêndio em uma antiga agência bancária ocupada, na praça de Tetuán”, explicou o bombeiro.
As equipes de resgate encontraram as quatro vítimas e não conseguiram reanimá-las, segundo López.
As autoridades não especificaram se todos pertencem à mesma família, nem sua nacionalidade.
“Não há palavras para descrever o horror de quatro pessoas mortas, incluindo duas crianças muito pequenas, é algo que nunca deve acontecer (…) é uma notícia horrível”, disse a prefeita de Barcelona, Ada Colau, para jornalistas.
Outras quatro pessoas, que se refugiam das chamas em um pátio, foram resgatadas, apontou Ángel López.
Serviços de emergência as trataram com sintomas de intoxicação e as transferiram para hospitais, mas suas vidas não correm perigo, disseram as autoridades.
– Investigação aberta –
A polícia da região da Catalunha, os Mossos d’Esquadra, agora investiga as causas do incêndio.
O local, em uma área residencial de classe média no eixo central de Barcelona, passou a manhã lotado e com forte presença policial e de bombeiros, constatou uma jornalista da AFP.
O responsável Interno do governo catalão, Joan Ignasi Elena, disse à imprensa que, horas antes, a polícia tinha ido ao local por “um incidente de problemas de convivência”, mas que “não há evidências” que isso tenha relação com o incêndio.
Não era a primeira vez, segundo os vizinhos, que a polícia foi às instalações por altercações que ocorreram.
“O que a administração pública e o tribunal devem fazer é pegar essas criaturas e levá-las à proteção, porque olha como eles terminaram”, afirmou indignado, Josep Ignaci Homs, um aposentado de 77 anos, que garante que os gritos são habituais no local.
A prefeita de Barcelona afirmou, no entanto, que o grupo recebeu assistência social depois que alguns vizinhos relataram que as crianças viviam em condições precárias.
Os serviços sociais da Prefeitura vieram, concentrando-se “especialmente nos menores, para oferecer ajuda alimentar, que aceitaram, acompanhamento médico, acompanhamento da escolaridade do menino mais velho, isso sabemos que ocorreu”, acrescentou.
Colau, uma conhecida ativista pelo direito à moradia antes de conquistar a prefeitura, observou, no entanto, que essas pessoas residiram em “condições absolutas de precariedade, porque não viviam em uma casa como toda família deveria viver, mas em um local ocupado”.
“É evidente que (o local) não estava sob condições normais de habitabilidade”, disse.
Este evento lembra outro que aconteceu na Catalunha há quase um ano, em dezembro de 2020, quando quatro pessoas morreram e várias ficaram feridas em um incêndio em um navio industrial abandonado em Badalona, onde viviam entre 100 e 200 migrantes sob condições precárias.