01/02/2022 - 7:40
A economia brasileira gerou 2,7 milhões de vagas formais (com carteira assinada) em 2021, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta segunda, 31, pelo Ministério do Trabalho e Previdência. O resultado ficou abaixo da expectativa do mercado financeiro, que esperava 2,868 milhões de postos, e da previsão do presidente Jair Bolsonaro, que chegou a falar em 3 milhões.
Segundo o ministério, 20,699 milhões de trabalhadores foram contratados no ano passado, ante a demissão de 17,969 milhões. O desempenho foi puxado pelo setor de serviços, com a criação de 1.226.026 postos, seguido pelo comércio (643.754). Já a construção abriu 244.755 vagas, a indústria, 475.141, enquanto a agropecuária, 140.927 vagas.
Os dados do Caged podem ser revisados até um ano após novas demissões e contratações. No ano passado, no fim de janeiro, o Ministério da Economia divulgou que em 2020 as admissões haviam superado as demissões em 142.690 empregos. Depois das revisões, os dados apontaram para a destruição de 191.455 vagas.
O ministro do Trabalho e Emprego, Onyx Lorenzoni, disse ontem que a criação de empregos em 2021 representa a melhor marca desde 2010. No entanto, a comparação dos números com anos anteriores a 2020, segundo analistas, não é a mais adequada porque o governo mudou a metodologia do Caged no início do ano passado.
Para José Pastore, professor de Relações do Trabalho da USP, apesar de os 2,7 milhões de postos não serem “retumbantes”, o número surpreendeu positivamente, principalmente pelo fato de 2021 ter sido impactado pela pandemia. “Para ser retumbante, a economia precisa crescer bastante.”
O governo também informou que o salário médio de admissão foi de R$ 1.793,34 em dezembro passado, o que representa queda real, com os valores corrigidos pelo INPC, de R$ 115,85 em relação a dezembro de 2020 (R$ 1.909,19).
Desde 2016, o Brasil não registrava um encolhimento na remuneração média paga para empregos com carteira assinada. “Está em patamares mínimos, reflete esse momento de crise em que os indivíduos acabam aceitando salários menores mesmo dentro do mercado de trabalho formal”, disse o economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.