26/04/2022 - 11:36
Principal conselheiro médico da Casa Branca, o imunologista Anthony Fauci afirmou que é “extremamente improvável, impossível” erradicar o coronavírus. Em entrevista ao jornal O Globo, o médico evita afirmar que o pior cenário da pandemia já foi superado pois há possibilidade de surgir uma nova variante.
“Acredito que é extremamente improvável, impossível, que consigamos erradicar o vírus. Só fomos capazes de erradicar um único vírus na história da humanidade, que foi a varíola. Também será muito difícil eliminar o vírus de países como os Estados Unidos ou o Brasil, pelo simples motivo de que o coronavírus muda muito”, afirmou Fauci, que participou recentemente de um simpósio realizado pela Fiocruz.
+ Rio revoga exigência de passaporte vacinal contra a covid-19
+ Brasil tem mais de 85 milhões de imunizados com terceira dose contra covid
Fauci espera que os países consigam controlar a Covid-19 em um nível que não seja mais necessário adotar medidas que exijam total isolamento social e o fechamento de escolas, por exemplo.
“Queremos chegar em um nível em que o vírus não desapareça totalmente, até porque não acredito que isso seja possível, mas que seja algo que não domine mais a sociedade, como o Sars-CoV-2 fez nos últimos dois anos e meio”.
O médico diz que “todos precisam de, ao menos, uma dose de reforço” da vacina contra a Covid-19. “A maioria (de casos graves e mortes) é ostensivamente de não vacinados”.
Uma pesquisa da Escola de Saúde Pública da Universidade de Toronto, no Canadá, afirma que os não vacinados aumentam em 50% a chance de infecção de outras pessoas. Apesar da comprovada eficácia e segurança das vacinas, ainda há quem negue os benefícios da imunização.
“É preciso ser paciente (com pessoas que negam a vacina) e que sigamos tentando explicar. Não os rejeite, não os culpe porque isso só os aliena do que você está tentando dizer”.
Fauci também defendeu a imunização a crianças. “Estamos conduzindo estudos nos EUA que avaliam a segurança e eficácia de vacinar crianças a partir dos 6 meses de idade. Acreditamos que é importante seguir vacinando as crianças”.