24/10/2022 - 22:44
As ações da Petrobras despencaram nesta segunda-feira (24) quase 10% na bolsa de São Paulo, em meio a um escândalo envolvendo o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), que causou alvoroço a poucos dias do segundo turno.
Segundo analistas, os investidores, favoráveis às políticas liberais promovidas pelo governo do presidente, que tenta a reeleição, reagiram à prisão de Jefferson, que atirou e jogou granadas em policiais federais no domingo.
Os papéis ordinários da petroleira (PETR3) despencaram 9,89%, enquanto as ações do Banco de Brasil caíram 10,03%.
As perdas arrastraram o iBovespa, principal índice da bolsa paulista, a 3,27%.
Para Alexandre Achui, sócio da administradora de patrimônios BRA, as baixas, tanto da Petrobras quanto do Banco do Brasil, se relacionam com o incidente com Roberto Jefferson, pois há uma interpretação dos analistas de que o ocorrido pode custar alguns votos ao presidente Bolsonaro.
O presidente prometeu avançar na privatização da Petrobras, enquanto seu adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), diz que a manterá como uma empresa pública em um eventual novo governo.
Segundo Achui, como o atual presidente tem uma agenda concentrada nas privatizações, qualquer evento que possa reverter sua recuperação nas pesquisas causa grandes quedas. No entanto, o analista lembrou que ainda não há pesquisas que reflitam o impacto do ocorrido.
O Brasil está a poucos dias da definição do segundo turno, no domingo, tendo Lula como favorito, com 49% das intenções de voto contra 45% para Bolsonaro.
O avanço do presidente nas pesquisas e o aumento nos preços do petróleo impulsionaram as ações da Petrobras na sexta-feira, quando a petroleira alcançou uma valorização de 520,6 bilhões de reais – um recorde em 28 anos, de acordo com registros do jornal Valor Econômico.
Segundo analistas, esta alta das ações da petroleira também explicam a correção desta segunda-feira.