02/03/2023 - 16:48
Os contratos futuros mais líquidos do petróleo avançaram pela terceira sessão consecutiva, ainda sustentados pelas expectativas da recuperação econômica da China, apesar de um dólar forte. Durante o pregão, a commodity chegou a perder força com a inflação da zona do euro acima do esperado, mas conseguiu manter fôlego e fechar no azul.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para abril fechou em alta de 0,60% (US$ 0,47), a US$ 78,16 o barril, enquanto o Brent para maio, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em alta de 0,52% (US$ 0,44), a US$ 84,75 o barril.
Segundo o analista Edward Moya, da Oanda, o rali atual do petróleo está sendo conduzido pelas expectativas de uma recuperação econômica da China, que daria força para a demanda da commodity. Na visão dele, a melhoria nas previsões pode inclusive levar o WTI de volta ao nível de US$ 80 o barril, a depender da evolução do dólar ante outras moedas.
Na mesma linha, a CMC Markets avalia que a “demanda chinesa parece estar sendo saciada pelas importações marítimas de petróleo russo, já que os preços mais baratos estimulam as importações recordes. Os estoques de petróleo bruto dos EUA também estão ajudando a manter os preços sob controle”.
Entretanto, Moya chama atenção para as perspectivas de um Federal Reserve (Fed) mais agressivo, que pode levar os Estados Unidos a uma recessão, talvez maior que a expectativa. “Outro golpe contra o petróleo são as perspectivas de inflação para a zona do euro, que também podem forçar o Banco Central Europeu (BCE) a ser ainda mais agressivo com o aperto, assim como o Fed”, aponta o analista.
A Capital Economics acredita que a recuperação da China e as quedas na produção da Rússia deverão aumentar os preços do óleo no quarto trimestre de 2023, com o Brent subindo para US$ 95 por barril no final do ano. A expectativa da consultoria é que a produção do petróleo russo caia 700 mil, para 900 mil barris por dia ao longo do ano.
“Embora as exportações de petróleo tenham se mantido até agora, o corte voluntário de 500 mil de bpd na produção de petróleo em março é provavelmente um reconhecimento de que a exportação de produtos petrolíferos será difícil sem acesso aos mercados da UE”, acrescenta a Capital Economics.