O popular aplicativo TikTok está proibido de ser usado nos celulares de funcionários públicos do Reino Unido e de parlamentares da Nova Zelândia. A restrição, anunciada na quinta-feira (16), é uma medida preventiva de segurança nacional que também vem sendo tomada em outras instituições.

Nas últimas semanas, Estados Unidos, União Europeia, Canadá e Bélgica anunciaram a imposição de restrições ao uso de TikTok em algumas de suas instituições públicas por conta do risco de que informações de usuários do aplicativo sejam compartilhadas com o governo chinês.

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A China nega acessar informações sigilosas do Tiktok e tem acusado o governo americano de fazer “ataques injustificados” à empresa chinesa. No entanto, a cada dia mais países apresentam limites ao aplicativo que tem mais de 1 bilhão de usuários no mundo.

Em fevereiro, ao exigir que todos os seus mais de 30 mil funcionários desinstalassem o aplicativo, a Comissão Europeia destacou que a decisão foi motivada pelos riscos à cibersegurança.

Breton não especificou que riscos a comissão havia percebido no aplicativo. No entanto, toda a discussão está relacionada com os dados dos usuários coletados pelo aplicativo, que pertence ao grupo de tecnologia chinês ByteDance.

A partir do uso da rede social, o Tiktok reúne uma série de informações sobre cada usuário, suas preferências, seus contatos e seus temas de interesse. Há a suspeita de que essas informações possam ser compartilhadas com o governo chinês.

Ao coletar informações, o aplicativo deveria garantir a segurança dos dados para preservar a privacidade de cada usuário, um direito humano, lembra o secretário-geral do Conselho Nacional do Digital na França, Jean Cattan.

Contudo, em se tratando de funcionários públicos ou políticos, o compartilhamento de informações com outro governo, como a localização ou os temas de interesse e de conversa de um usuário, pode colocar em perigo questões de segurança nacional, afirma Cattan.

E este é o ponto que preocupa diversos países, como deixou claro o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo.

No início de março, quando a Bélgica decidiu proibir o aplicativo entre seus funcionários, De Croo disse que não poderia ser “inocente”, e que TikTok era “obrigado a cooperar com os serviços de informação secreta chinês”.

De acordo com especialistas, a falta de transparência com o uso de informações criticada no caso do aplicativo chinês também se repete com as redes pertencentes a empresas americanas.

“Neste momento nós temos de escolher quem é o ‘policial’ que vai vigiar nossos cidadãos: os chineses ou os americanos. Quando as pessoas usam o Facebook, as autoridades americanas podem ter acesso aos dados dos usuários. Quando elas usam o TikTok, são as autoridades chinesas que podem ter acesso”, avalia o advogado especialização em tecnologia da informação Etienne Drouard.